sábado, 10 de marzo de 2018

QUANDO PRECISEI

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Maldito o dia em que precisei, sem emprego por ser honesto demais, ora demais, ou se é honesto ou não é.

Sumiram todos. Todos eles e elas: amantes, parentes e amigos.


A pessoa sabe que precisa ir ao agiota, digo, ao banco, tirar o saldo. Com medo não vai, diz pra si mesma vou amanhã, e os dias passando, amanhã vou sem falta, e não vai. Gasta pouco na mercearia com cartão de débito, de crédito não tem, um quilo de arroz, um pé de alface, um toco de fumo em corda e uma garrafa de pinga mucufa.

Passa o cartão morrendo de medo que diga que não tem o suficiente, uns 15 reais. Ufa, passou.

Hoje vou lá tirar o saldo, naquela de seja homem já que a vovó Marica não foi.

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(Fragmento do conto "Quando precisei")
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