domingo, 17 de julio de 2016

Meninas

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Ao ver a imagem dessa menininha a memória me trouxe algo.
Certa vez, num domingo vazio, quase sem trânsito, ali pelas três da tarde uma das minhas - tinha uns seis ou sete anos -, ficou brabinha com alguma proibição, fez uma mochilinha com duas ou três pecinhas de roupa, pegou a sua bruxinha e disse que ia embora. 

A sua mãe correu a dissuadi-la, mas não adiantou, estava decidida. Falei: "Deixa ela ir". A moça sentiu que algo eu pretendia e deixou.

A pequeninha abriu a porta, desceu as escadas e saiu. Ficou parada lá na calçada, e agora? A gente espiando pela janela. Esboçou um início de caminhada em direção à Av. João Pessoa e parou. Eu pronto para sair correndo e buscá-la, se fosse mesmo.

Ficou lá uns bons quinze minutos. Então desci: "Querida, vai abandonar o pai e a mãe, vamos ficar tristes, sozinhos...".

Salvei-a, mas respondeu: "Ta bom, vou outro dia então". Voltamos para dentro de mãos dadas, ela super feliz. Teimosinha como só, não deu completamente o braço a torcer, nem eu pretendia quebrar a sua coragem. Mesmo assim depois fiquei me sentindo um bandido.
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