Amigos, é com pesar que faço o comunicado que segue.
Como
sabem os meus próximos, de há muito, desde que me pelei e passei a viver de
favores de amigas, faço as contas do custo das mercadorias tendo como base o
quilo de arroz. Tomei o arroz como referência porque tendo o cereal ninguém
morre de fome, basta um ovinho por cima e pronto, a gente sobrevive. E nisso de
fome sou mordido de cobra, muito passei nesta porca vida.
A
malandragem entende: o sujeito bate os olhos naquele chivas chaveado no
supermercado, estranja mesmo, não panamenho, o Paraguay leva a culpa mas é só o
intermediário, 365 paus, e pensa: aqui ó, 165 Kg de arroz não me tomam nem
morto, vou levar um drurys. Se a referência fosse o valor do helicoca tudo bem,
levava o outro, mas tem helicóptero não, e a gente precisa de arroz.
Tem
algo me incomodando faz tempo, hoje botei no papel e escancarei que há anos
venho fumando 6,13 Kg de arroz por dia. Quando tomo uns tragos sobe para 9,2
Kg. Como sou chegado numa dyabla verde, cerveja e outros venenos alcoólicos, o
normal é fumar os 9,2 Kg por dia.
Num
mês de 30 dias, fumo 276,14 Kg de arroz. Ao ano passam pelos meus pulmões 3.359
Kg, isto mesmo: três toneladas mais trezentos e cinquenta e nove quilos de
arroz. Poderia doar as três toneladas e ainda comer um quilo de arroz por dia,
caso não fumasse.
De quebra soube que anda batendo uns efeitos colaterais nos varões, se fosse apenas um
enfiseminha tudo bem, mas não, malandro, tem nego broxando, Deus me livre, não
posso correr o risco de perder a fonte de renda.
De
modo que deixo de fumar. Com isto não estou sugerindo que alguém faça o mesmo,
cada um sabe de si, pois sei que na face da Terra, depois de pastores
eletrônicos e seus seguidores, o sujeito mais chiclé que existe é o ex-fumante.
Aliás, quase todos os ex de algo aceito como negativo são uns pé no saco. O
sujeito fuma ou bebe até cair por 40 anos seguidos e depois que pára vai
aporrinhar moleque que está começando a vida, ninguém merece.
Peço
perdão às atuais dezenas, que já foram milhares, de senhoras belas, recatadas e
do lar dos outros, que aprenderam a amar o gosto de cigarro na minha boca.
Prometo que de vez em quando pitarei um palheirinho, acabarão pegando gosto.
Luciano
Peregrino – O Lu do tabaco-quente
*
No hay comentarios.:
Publicar un comentario