sábado, 30 de abril de 2016

Hay días que no sé lo que me pasa

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Tem dias em que a gente acorda ouvindo Vinícius e Toquinho e pensa que de nada adiantou se afundar em livros de bibliotecas públicas, no meu caso com grande dificuldade, nunca pensando em ganhar dinheiro, um treco que é o meu maior defeito, o chamo de Síndrome de Jesus, ou Síndrome do Babaca. Em resumo, para procurar seguir como propôs Jesus Cristo, o cara sabendo no que deu, tem que ser mesmo muito babaca.

Em vez de quebrar a cabeça desde os clássicos, iniciar na manipulação de massas com a Teoria da Bala Mágica, Cultura de Massa, os pensadores contemporâneos, Sontag, Arendt, Adorno, Chomsky e por aí vai, uma dificuldade a solas entender o que diziam essas pessoas, logo com os pensadores da loucura, da economia, tudo entrelaçado, na vã tentativa de entender o mundo, eu poderia ter sido músico, ou cantor sertanejo universitário, ou professor, neste caso das primeiras letras, nada de coisas complicadas, pois nestas logo arranjaria confusão com os Gilmar Dantas e outros brutos proscritos.

Um amigo, o filósofo mundano da república onde morávamos, que não dizia sertanejo e sim sertanojo, sem ler livrões sabia mais do que eu. Sábado era certo que vinha:

- Vai ficar aí, lendo esses livrão, Carlos? Larga disso, vamos lá pro “Bar que Chove” encontrar a turma, aquela morena do Jucão lá do inferninho da João Pessoa ficou de levar umas amigas.

Olhava a capa de algum livro e arrematava:

- Deixe de ser bobo, povo é povo, o mesmo que aplaudia Jango hoje aplaude o Médici!

Pois é, tem dias em que ao ver como agem pessoas levadas a altas cadeiras da nação, como mentem, forjam, subtraem, como são covardes, como conduzem a manada impiedosamente para o precipício, penso que deveria ter feito outra coisa na vida.

Que professor nada, deveria ter sido assaltante como eles, mas de banco, arma na mão, não falando difícil e com mão de gato como eles fazem.

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