Putz,
acordei muuuito aborrecido, com um barulhão infernal nos ouvidos. Aqui em casa
tem uma lei: se ligar a tevê que não seja na Cultura morre, salvo uma
explicação deveras convincente, tipo o rompimento de alguma barragem de múlti,
assassinando tudo.
Pois a
haitiana Sybille andou bebendo e ligou na porcaria da plim-plim. Acordei com
uma pancadaria sem nexo e os gritinhos daquela coroa, a tal de Ivete
Sangalinha, uma que cobra 600 mil para inaugurar hospital que desaba na semana seguinte, ridícula dando pulinhos
em cima de um caminhão, a massa ignara lá embaixo. Junto dela um viadão tatuado
vomitando um treco que confunde com música. Por mim que tatue o cu, é dele, só
menciono as tatuagens para identificação do elemento.
A tevê
levou dois tiros, o prédio inteiro acordou comigo, não foi puf-puf, tava sem o
silenciador, os estouros foram ouvidos no Panamá. Ora se isto são maneiras de
despertar um homem, e pior que perdi o sono. A Sybille jura que foi por engano,
tá lá no quarto com seu vudu espetando o bolsonaro para me agradar.
Raciocinei:
é meio cedo, mas o jeito é abrir uma cerveja e ouvir uma música.
Que
cerveja nada: servi uma bruta dose de dyabla verde. Vi esse negão Almir
cantando sem camisa num subterrâneo certa vez, no Rio, incendiou o teatrinho,
suado.
Música
boa, putedo!, - grito enquanto disparo de novo, pra cima, por azar destruí a
lâmpada -, não essas bostas que botaram hoje!
Silêncio
na casa, não são loucas de me responderem.
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