domingo, 29 de noviembre de 2015

Modernidade sem gesso

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A modernidade é boa, mas por vezes me assusta.

Certa vez eu tinha que assinar um depoimento na sede do FBI da Cidade Baixa. Rato me dá azia, e eu precisava de cinco dias antes de ficar de mal para sempre com uns caras que assaltaram um banco, pois nesse meio tempo viriam as "provas" que os livrariam.

Eu que planejei o assalto, fui junto, era o cara de capuz amarelo que chefiava, mas pegaram um otário que entregou o pouco que sabia, era um babaca, nunca viu a minha cara.

Enquanto o Janjão encaminhava o apagamento do indivíduo liguei pruma enfermeira do hospital Ernesto Dornelles e ela me livrou a cara: tapou meu braço direito de gesso, desde a mão, no tempo em que era aquela pasta misturada com bandagens.

Dei uma testada no espelho para me ferir, dei muito forte e abriu um lejo, levei dez pontos, e pronto, fui lá todo arrebentado: os senhores me desculpem, passou uma patrola por cima de mim, não posso assinar. Com a esquerda não consigo, não serve nem pra me masturbar.


Deu tudo certo. Fosse hoje tava frito, os ratolinos veriam que o braço e a mão estavam bons.


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