sábado, 15 de agosto de 2015

Bruno Contralouco contra a máfia do Gringón

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I

Em pleno inverno, 29ºC em Porto Alegre às 15:30h. Saí para uma caminhada no Parque da Redenção, pertinho de onde me escondo.

Já no caminho percebi que uns gringón de terno e gravata me seguiam. Andei pela Redenção, mas somente pelos lugares apinhados de gente. Logo decidi me embrenhar pela Cidade Baixa, ali ao lado. 

Ô vida boa, os bares lotados às quatro da tarde. Fui direto ao boteco do Capeta, uma festa, ele não me via há dois meses, pois fugi do frio, andei lá por cima do Brasil. Depois dos abraços falei:

- Capeta, me descola o 38 que tenho plantado no forro do bar, tem uns caras querendo sarna para se coçar.

Os sarnentos, convenientemente, haviam sentado em mesa ali fora do bar da frente. Também fui para uma mesa lá fora do bar do Capeta, sentando com o Chumbo, Tico da Antonieta e Filé, que pela noite tocam pandeiro, cavaco e violão:

- E aí, vagabundagem, ninguém trabalha mais nesta cidade?! - exclamei.

- Olha quem falando - respondeu o Filé.

- Bora buscarem os instrumentos, hoje vamos começar mais cedo - eu disse enquanto me convencia de que o primeiro tiro teria de ser no de camisa azul e dente de ouro, o mais perigoso.

II


Como sabem os amigos mais chegados, aqui em Porto Alegre o meu fogão é quase aquilo que chamam de "industrial", pois é muita boca para comer. Atualmente menos, isso porque com essa história de ficar viajando pelo Brasil por mais de dois meses perdi nove putiangas, das 27 agora tenho só 18, mas ainda assim muita gente. 

Deixa estar, as desgarradas hão de voltar chorando, aí a minha comissão sobre os seus ganhos, de apenas 65% do bruto (depois tiro as despesas, bóia, aluguel do meu rancho, plano de saúde, beijos, conselhos, etc), para elas subirá para 90.

Bueno, as 18 mulheres estão se virando na noite da Portinho, e o otário aqui encara o fogão, elas não comem nessas porcarias de boates... vá lá, passa por boate, nem de graça, são cuidadosas com a saúde.

Cinco quilos de mandioca - adoram mandioca, não posso perder o ponto, gostam durinha -, cinco de carne de panela e três de feijão, de feijão sou quem gosta mais. Arroz e saladas farei antes de chegarem às quatro da matina. Faço comida de "sustância" porque na minha ausência só comiam pizza e outras porcarias de restaurantes, tenho pavor de restaurante.

Aí toca o telefone, é Bruno Contralouco. Está num bar da Cidade Baixa cercado pelos meganhas de um mafioso chamado de Gringón, querem lhe fazer a pele. Será a Camorra? Pombas, já a expulsamos muitos anos atrás. Diz que eram somente cinco caras, ia encarar sozinho, mas chegaram mais cinco, todos armados, dá para notar o volume nos casacos e nas pernas, pede ajuda.

Digo-lhe não saia daí do Bar do Capeta por nada deste mundo, desligo as panelas, pego a Magnum e a Glock e vou lá, ando doido para apagar um gringón. 

Na saída telefono para o Gustavo Moscão: pegue o AK 105 e tente se posicionar no telhado do bar da frente do Bar do Capeta, os gringóns estarão de costas, eu vou ficar de frente pra eles, me avise quando estiver pronto que vou atravessar a rua. Vão ver o que é tocaia.

III

(...)

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