martes, 9 de septiembre de 2014

Santa Cruz

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Certa vez, numa segunda triste, oito da manhã, me vi dentro da Casa da Moeda do Brasil, num mesão enorme, depois de quase me tirarem do sério. Até ali nunca tinha visto tantos homens armados na minha vida, em Santa Cruz, o bairro mais distante da cidade do Rio de Janeiro, bairro colado à querida cidade de Itaguaí, onde me hospedei por alguns dias. Alguns dias porque depois resolvi ir para Copacabana, já que é para esculhambar é comigo mesmo, pois jamais serei escravo. Itaguaí é linda, onde eu estava então, morros ao longe, a praia ali... ao longe um ladrão novo amigo do governo José Dirceu, esse animal psicopata, cara-cortada que não sabe que o mundo mudou desde que mudou o rosto, que antes era inimigo de um patife, virou amigo: agora construía um porto com o nosso dinheiro. O amigão: Eike, filho de um ladrão da ditadura. Não tem onde o cara-cortada não tenha metido a cara, com maus amigos, companhia de seguros no BB, se vacilo vendia a minha mãe. Acho que está preso o filho da puta, o amigo do JD, e o filho idem, este que atropelou um pobre homem, matou, o coração do sujeito foi parar dentro do carro, e o corpo da vítima se esmigalhou, mas em juízo deu tudo certo, andava a dez por hora. Mas deve estar preso por outra coisa, o Eike corno, tipo roubar do BNDEs com tráfico de influência do cara-cortada.

Foi isso que me enojou, o porto ao longe. Preferi viajar uma hora e meia, saindo de Copa às seis da manhã. Em Copa eu conhecia gentes. Já em Copa, pegou fogo lá em Santa Cruz, um acidente que jamais tinha ocorrido. NÃO FUI EU.

Eles se achando no primeiro dia. Não gosto de ver homens armados, embora entendesse que lá é necessário, fabricam dinheiro.

Não gostei na hora de entrar, chegamos às 7, mostramos documentos, estavam nos esperando, eu desarmado, y otras cositas... chá de banco, os mandões de merda não tinham chegado, respirei fundo. Revistaram até notibucs.

Eu por meio loco e mais velho era o chefe da equipe de elite de auditores, ali quem corria menos voava, e me lembrei de uma amada música que ouvi em Sampa no sábado anterior (fui ao Rio domingo à noite, de mala para um mês), numa homenagem ao seu Paulo Vanzolini. Ronda. De noite, eu rondo a cidade, a te procurar... ai  meu Deus.

Logo nesse primeiro dia, para mostrar que não gostei do tratamento que estavam nos dando, comecei a cantá-la na sala ao lado da de um diretor (me mentiram que não tinha uma sala só para nós, tinha que ser a do lado da dele), sabia que ele ouviria normal, fora as escutas na nossa sala, onde se deram mal, ali, como disse, quem corria menos voava, e sem precisar mentir, todos homens bons. De súbito improvisei, em perfeita melodia de Ronda: "Eu ando, mortinho de vontade, de comer um cu, logo vai ter... Por entre paredes espio, uns paus na bunda...". Era para os ouvintes.

O único companheiro carioca, sentado no mesão de reuniões à minha frente, arregalou os olhos. Nosso melhor auditor paulista, à minha direita, sorriu, ainda que espantado sem entender, e acabou rindo solto. O gaúcho logo à direita do carioca sorriu, meio sério, esse me conhecia de fama. E foi assim: controlei a vontade de chamar a todos de filhos da puta. Nunca aos meus colegas, e sim aos empregados "diretores" do Brasil que nos receberam mal. Comigo não, violão. Por muito menos eu chamei um presidente do BB de merdinha, e era. A política tem disso, merdas proliferam, e combatem homens de bem, que me acho e minha simples vida é prova gritante.

O fim da história, depois de dois meses lá dentro, está guardado em cinco cofres (dois no Brasil e três fora, em países diferentes), com gente séria cuidando, para o caso de uma filha minha ou eu morrermos atropelados. Fui eu que os peguei!

E armas que se vingam de maldades. É isso, moleques, enquanto vocês brincavam de bonecas, eu com a mesma idade de vocês já visitava casas de loucos e presidiários. A polícia federal, pelos seus homens de bem, estará ao meu lado. Isto vai aos políticos, caiu o presidente um dia antes de eu entrregar o parecer, e nada tem a ver com o quadro de funcionários da CMB, amados todos. Até acho que os ajudei, e os conscientes sabem disso.

Quando saí para o aeroporto, tudo terminado, o chefão já preocupado mandou auto oficial, bandeirinha do Brasil ao lado, me levar. É assim que eles andam com o nosso, desde sempre. Eu com nojo de tudo.

E me vem as revistas Vejas, que sabem disso, antes era pior, nazis especialistas em iludir esse povo desgraçado, dizer bobagens para engambelar otários. Eu mandei o cara parar, logo que avistei um ponto de táxi, e o mandei de volta, com recado ruim ao chefão. Eu fiz. Quem faz?

E nunca telefonei para a Dilma. Companheira de "armas" do cara-cortada que virou ladrão, sim, ele, nem a Casa da Moeda ele e seus amigos de São Paulo respeitaram. Aquele merda nunca pegou em arma. 

Achava que eu não era mais o mesmo? Perigava fingir que não lembrava meu nome, isto se eu passasse pelos viados que fazem a seleção, tem montes de lixos embaixo que fazem coisas sem ela saber. Presidente é o último a saber, FHC até hoje não sabe direito os gatos que nomeou por tabela até o quinto escalão. Fosse telefone direto, que eu já não tinha, ela atenderia. Atenderia?

Minha conversa com Dilma será outro dia, hoje não, até porque a acho muito melhor do que a imprensa nazi. E ainda a acho honesta. Meu voto irá para o Zé Maria, já abri. E que o PT de São Paulo, seus amigos, saibam que não sou o Celso Daniel, é mais embaixo, há anos os espero, me matar é fácil demais, quero ver aguentar a volta, vai até os netos, porque, mesmo que não sejam vocês, alguém foi pago para pensar que foram, paguei pouco, em dias e noites os visitando, o preço é o carinho que me dedicam, está feito. Covardes.


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