viernes, 2 de agosto de 2013

A invasão do Uruguai, n'A Charge do Dias

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Caros amigos, deste lado do notibuc, eu, Luciano Peregrino, a dedografar estas mal traçadas. O titular do espaço neste momento está dentro de um teco-teco, retornando de Gatumba. Serei breve, pois o único com direito adquirido de dizer bobagens neste blog é o viajante, que volta e meia se enfia no distante Burundi, o pessoal do bar desconfia que porque é chegado na raça. Bem, quem não é? Porém parece pouco para ir tão longe, pois aqui mesmo temos cada negra, ui... Ou afrodescendenta, para alegrar a Dilma.

Como especialista em blog e notibuc a coordenadora da coluna, Srta. Leila Ferro, é quem dá as coordenadas, de outro modo eu jamais encontraria a entrada deste labirinto.

Tenho outra razão para ser breve, e não é por dispensar a agradável companhia dos trilhões de bebadonautas que lêem esta afamada publicação, e sim porque hoje acordei mal e assustado pelos dolorosos gemidos que ouvia, parecia uma alma penada se lamentando, dores, reclamos e arrependimentos. Seria o Sarney? Não pode, esse não se arrepende, é cultural. Tateei no escuro em busca do interruptor do criado mudo, derrubei uma garrafa, pelo barulho estava pela metade, mas não achei o treco de ligar o abajur. Parece frescura esse negócio de abajur, fazer o quê, tenho um mas não é lilás, não. Levantei e pisei na garrafa, quase me fui, e segui esbarrando em cadeiras que não tenho, um breu daqueles, até que achei uma janela, abri com dificuldade, ufa, a luz. Abri e me toquei: estava só num quarto estranho.

Tudo clareou: ontem me perdi nas contas após o churrasco no Botequim, bebi todas e caí nos braços de uma tianga na sinuca da rua João Alfredo, um mulherão, e mais não recordo. Parece que era ruiva, ou morena. Ela deve ter saído.

Até que o apê é ajeitadinho, nunca vi tanta boneca e almofada com cara de gato na vida. Em cima da mesa o bilhete em letras miudinhas, com desenhos de coração pelos lados: "Tiau, amor da minha vida, fui trabalhar, volto à tardinha. A geladeira tá cheia e tem mais vinho no armário. Eu tirei a tua roupa e te botei na cama, tu apagou no sofá, falando com alguma visagem, mas não se preocupe, à noite a gente recupera, tou bem doida". 

Vi a foto na parede e soube que é loira, feia a dar com um pau, rindo parece triste, um tantinho passada, faz a Betty Faria parecer uma menininha. Aí eu vi os gatos, cinco. Um mais lindo que o outro, juntos numa espécie de circo armado a um canto da sala. Disto falo outro dia.

Não importa, sou de bom coração, gostei dela e não quero nem saber, aliás, não quereria, se fosse encarar a madame, bêbado encara qualquer coisa, mas sou comprometido com a Luena, minha angolana volta no dia 15.

Meu Deus, o que foi que eu fiz? Tomei uma chuveirada e me mandei, lá embaixo soube pelo porteiro que havia caído num pombal no começo da Agronomia.

No lotação ouvi um cara dizer que o Uruguai fechou as suas fronteiras com o Brasil, com medo de que 50 milhões de brasileiros, um quarto da nossa população, emigrasse para lá. Para um país com 3,5 milhões de habitantes é compreensível a preocupação dos orientais. Algo a ver com uma lei. 

Cheguei no bar e aqui estou. Hoje nada de notícias do notibuc, a cabeça ainda me dói. Peço uma água mineral ao Terguino e vou logo despachando as charges que os companheiros escolheram. Ah, os gemidos vinham do meu fígado, reclamava do carburador ressequido, o covardão. Mais uma, antes de seguir: durante o churrasco de ontem o camarada Snowden foi lembrado, os empinantes em peso se regozijaram pelo herói ter escapado ao injusto destino de ser morto - assassínio com aparência legal -, nas mãos de Obama Darth Vader e seus cupinchas. Também Jezebel do Cpers disse algumas palavras: Ei, Mark Putenberg, vai tomar no cu! Jussara do Moscão, idem: Ei, Fortunati, vai tomar no cu! E veio Cabral, Alckmin, Tarso, sobrou para todo mundo. Pelas onze da noite desceram os vizinhos de uns dez apartamentos de cima, lá vem reclamação, pensou o Portuga, mas que nada, queriam era juntar-se à cantoria. Bem, foram até alta madrugada nesse tranco, à uma eu fui à caça e os deixei de alarido.

Com a obra do Nani entendi o papo do cara do lotação. O Cícero do Pinho deve estar arrumando as malas. O Contralouco segue no Rio de Janeiro, deve estar lamentando ter perdido o protesto em frente à casa do prefeito de Porto Alegre, outro que o trem não pega.



Amarildo.



Sponholz.



A coordenadora ficou com o Miguel. Essa guria sabe das coisas. Aqui a Plim-Plim vendida só diz que os terroristas do Império vão fazer e acontecer, ai "que medo". Mas eles sabem o que é entrar do Cáucaso para lá, como imaginam o que seria entrar no continente Brasil. Sair inteiro é outro papo, do Iraquezinho saíram correndo. Saigon, que venham.


A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que.., bem..., se fundiram  no ano passado (veja AQUI), face a dívidas com o sistema agiotário. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro.

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