sábado, 18 de mayo de 2013

Alex em Buenos Ayres

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Na segunda foto, lá adiante (esta que vai ao lado é o tian) o guapo dizia, enfático em tema apaixonante: Ma que pasa? No sientem!? 

A respeito de política, supomos, este supor no plural é porque Frida chegou em sonhos, quando ocorrer de novo é porque ela tornou à sala, ou da morte do Celso Daniel, pára meu, esquece isso, 20 dinheiros, ninguém sabia, mania de estragar texto com coisas que todos querem esquecer, pronto, passou, falava de outra coisa, nova suposição, quem sabe tentava lembrar um tango.

A tristeza da letra fatal de José María Contursi com a doce cantiga de Marianito Mores, tão longe, 1942 mas parece que foi ontem, y hoy que vivo enloquecido, porque no te olvidé, ní te acuerdas de mi, Gricel, Gricel... ai meu Deus. Isto o que ali em cima se disse é mera loteria, ninguém sabe, ninguém viu, visto que lá os assassinos de verde estão pegando perpétua, o que é nada tão velhos estão, mas depois da execração pública e de limpar a alma da pátria, esta sim, a condenação tem valor, o que se disse aqui embaixo é melhor, pero vai saber o que pensava Alex, se era tango ou assuntos de nossas devastadas fronteiras, ou um daqueles tantos livros, não damos conta.

Certa é a agitação interior que me leva a falar do jovem Alex Moraes, pensar nele, em Buenos Ayres, na vida, Alex nesse apartamento perto do Obelisco, longe de Porto Alegre. Pai, mãe, amigos... Puta vida, longe de tudo. Se ficar dois anos, ai-ai-ai... talvez não volte mais, lembra? Voltar volta, falei em fixar, eu quase morri em Porto Alegre, certa vez, por dois anos, depois estava tão comprometido que não queria sair, aí mifu sem saber, como eu era bobinho, ainda sou, mais agora com estes papos.

Mareu do Mato, que supomos (Frida voltou) deverá aparecer mais tarde nestas mal traçadas, diz ter surpreendido o boemiozito tomando mate, em cima do Obelisco, às 8 da manhã. Lá em cima, se segurando com as pernas cruzadas a meio metro do ápice, a mão direita na ponta e a outra segurando a cuia. Não duvidamos, depois daquela do Luna Park.

Olhemos o rosto do antropológico, doutor, sim senhor, alma que não pega no ar, é mais: é parte do ar. Mas que tal, lindão, hein? E vai-se mudar, disse-me hoje Mareu do Mato, voltou rápido, a consultora de lunfardo deste blog, ela que sabe como ninguém inverter as sílabas na prisão, de momento interiorana, a amada, mas... ah, o apertamento é caro, caro... estudiante no puede, falta pro rango e pro trago, ainda que sean luminosos los estudiantes. Ao mudar, vai revirar a alma de Buenos Ayres. Pela foto é um apartamentão, Mareu me disse que não cabia dois na sala, salvo se em pé, quase se beijando, mas não é o que vejo na fôto.



Sim, ao fundo a bela Jume, com cara de quase quero dormir, o que nos salva é o quase, dali a pouco levanta e sai bailando.

Na fôto abajo, sotaque é difícil escrever mas botei um chapéu na foto, tentando abrir uma garrafa de..., estou certo (Frida saiu da sala) de que não é guaraná, em Buenos Ayres esse produto tem mas está em falta, como diria o portuga Magá pela voz do Ireno. Um vinho querido, quiçá, para, com o jantar, que jantar nada, manjar dos deuses que logo Tomaz faria, rio agora, assim não vale, Tomaz vai me xingar, ora me botar fazer comida numa hora dessas, tá, então não, vão todos para a gigantesca cozinha e cai do céu uma comida linda e nutritiva, ui, carne gorda, parece picanha ao ponto e por dentro mal passada, frigindo, com licença, deixa eu botar na boca essa lasca branca salgada, ui... comemos, bebemos, nestas alturas já me meti, teletransporte, ao menos mental, levando os amigos de Porto Alegre, avançamos na carne, a salada de maionese de cinema e a de cebola, desta pego um pouco, ui com gordo queimando, com tomate caro do Brasil ficam para amanhã, damos uns chutes na geladeira, funciona droga, ela engata aquele barulhinho maravilhoso de trator com óleo queimado, dez motos engasgadas pei..., essa não, palavra chula e de mau sonido, dando tiros pelos canos. Ouço a geladeira em Montevideo.

Amolecemos de pancinha cheia e caímos de sorriso mole nos braços de Morfeu. Ah... vida boa.

Vida boa até os vizinhos do lado, de cima, de baixo, mais os que erraram de endereço, chegarem as 4 da matina, pronunciando frases de amor, oh, hijos de puta, qué culo rubia, carajo cadê meu narguilé de maconha, apanha putianga, morre desgraciao, concha de tu madre, si te gusta adaga toma!, estrondos no corredor. Sangue que entra por baixo da porta, quentinho, se eu não estivesse com tanto sono tiraria uma foto, ahm, una fôto. Antes de dormir recordo que foi esse alimento que destruiu a Europa, pelos cavaleiros de Gengis Khan, de lado imitando os guaranys, lança pronta, lábios vermelhos, e tem louco que desperdiça sangue por nada, que vida.

No outro dia sairiam, nestas alturas acordei cedo e saí fora que nem fui, são eles, passear pela Corrientes, não apenas pela fama do 348, é que é bom pisar nos passos de amores que por ali passaram, caminando devagar, sin palabras. 

É sábado e entardeceu, parcos reflexos de um sol que não se vê, logo as luzes virão com a noite mansa de Buenos Ayres. A moçada caminha como antes se disse, devagar, de mãos dadas, sem palavras.

Tan buenos... tan lindos.

Um brinde a Alex, Jume y sus compañeros.

Tintim!



Ah, a foto do guarda-roupas. Na real, estamos bem mesmo, esta quase me fez chorar (fez mas tenho vergonha de contar) pela lembrança da rua 17. De saudades.





Alex, esqueci o nome do hotelzinho barato da Florida, me mande de novo.

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