viernes, 15 de marzo de 2013

Aroeira sofre, com direitos inumanos, n'A Charge do Dias

.
A uma semana da data oficial do seu início, já estamos em pleno outono em Porto Alegre. Um dia gris nesta sexta-feira, com um ventinho frio e incomodativo. Agora, que tento expressar a gravação da fuzarca dos boêmios, e compreender, no contexto, os correios de Leila Ferro, chove, chuva fria, inverno. Na palafita, a novidade é que os acessos ao blog vindos dos Estados Unidos superaram, na semana, aos do Brasil. Esperamos todos que não sejam daqueles que ajudaram o Chávez a visitar Diós antes do tempo. Abraços aos nortistas que amam Noam Chomski.

A turma se concentra nas mesas centrais do botequim, lendo jornais, de papo e cafezinho. De lá dos fundos ouve-se a algazarra da moçada que joga sinuca. Apenas o Contralouco ficou em mesa na calçada, de tocaia, torcendo para que passasse na rua um dos que chama de 171, tido por bispo ou pastor. Pela manhã disse:

- Hoje acordei morto de vontade de quebrar a cara de alguns deles.

Ninguém contestou, não convém contrariar.

Jezebel do Cpers observou aos amigos:

- Ele está assim desde que um monstrengo foi entronizado, por alguns vagabundos, como chefão dos direitos humanos.

Aristarco, sempre paciencioso, tranquilizou o pessoal:

- Deixa ele, não dá nada. Ele e o Moscão já quebraram a cara de uma pilha desses malandros, agora eles não são doidos de passarem por aqui.

Nisso o Contralouco entra no bar, dizendo:

- Gente, vou dar uma volta lá pela rua da Olaria, aqui não tá dando peixe, quando o Moscão chegar digam que eu quero falar com ele.

Lúcio Peregrino, com o computador aberto em sua frente, se manifesta:

- Contra, meu amigo, um dia destes vou pagar umas férias pra ti e pro Moscão: um mês em Brasília, com passagem, hotel, restaurantes, bares, extras, tudo por minha conta.

- Ué, por quê? - pergunta o Contralouco.

- Vai pra Olaria, vai, depois eu te conto.

O Contra vira as costas e Lúcio diz: 

- Eu não quis jogar gasolina na fogueira, mas o negócio tá complicado.

A seguir detona, encapetado: - Atenção, tigrada: Notícias do Notibuc!

"Cria cuervos! Pastor racista e homofóbico quer ser candidato a Presidente da República em 2014!".

- Já começou com invencionice -, diz Nicolau Gaiola.

- Leia os jornais de amanhã pra ver - responde Lúcio, e prossegue:

"Cria cuervos! Um alemão magnata do aço y otras cositas, que eu odeio, senta a pua no governo Dilma. Bem feito para aprenderem a não dar a bunda aos ex-inimigos, ex um cu"

- Ei, olha o nível, reclama Chupim da Tristeza.

- Xiii, com licença, pra mim chega -, diz Nicolau, indo juntar-se aos estudantes no salão da sinuca.

- Pô, porque odiar o pobrezinho do Gerdau, gente fina, cada cavalo de raça que come melhor que a gente, bom coração, anti-nazismo, Lúcio?" - pergunta Marquito Açafrão.

Lúcio ignora a ironia, certa ou errada, do Marcos. Segue:

"Dilma tem outra por dentro. Se faz de desentendida, para em cima declarar, à guisa de mudança de assunto: 'A vida é engraçada. Eu olhei para o prédio e não vi nada. Mas lá de cima eu olhei para baixo e pensei: eu conheço esse pátio. O pátio era o da Polícia Federal, onde eu estive presa. Eu pensei assim: esse Brasil é ótimo. Eu, presidente, estive presa ali ao lado. Agora, eu, presidente, conseguia conviver perfeitamente com o barulho das manifestações e achar que era absolutamente natural, o que mostra que, ao longo da minha vida pessoal, o que é difícil, ao longo da vida de uma pessoa, eu assisti à ditadura e à maior democracia da América Latina nascerem nessa terra'"

Alguns aplaudem, puxados por Silvana Maresia.

"Chargista Aroeira em pé de guerra com as autoridades do Mato Grosso do Sul. Em Porto Murtinho estão aplicando multinhas num fazendeiro, reincidente, acusado de botar abaixo florestas de aroeira, mais de 50 hectares da madeira protegida por lei. 'Ele matou minhas parentes, tem que prender o bandido!', grita o mestre"

- Se eu pego um cara desses -, diz o Contralouco, que acabara de retornar.

"Grêmio está por um triz de sifu na Libertadores!"

Aplausos do bar inteiro, antro de colorados, sob os protestos do António Portuga.

A gozação foi a deixa, miss Leilinha Ferro exige as obras do dia. O Contralouco, que disse que na Olaria também não deu peixe, se interessou vivamente por algumas das obras. Os boêmios votaram nas seguintes:

Jader, de O Correio (Cachoeira do Sul, RS).




Ykenga.



Aroeira, de O Dia (Rio de Janeiro, RJ). O nobre artista conta com a solidariedade dos empinantes, pelo crime perpetrado pelo fazendeiro.




Benett, da Gazeta do Povo (Curitiba, PR). Aqui Jezebel não se aguentou: - Olhe, Lulaluf, olhe, seu merda, o que você fez!". Protestos no bar inteiro. Merda é pouco.




Convenceram Leilinha a permitir "só mais uma". 

Sinovaldo, do Jornal NH (Novo Hamburgo, RS). O Portuga fechou a cara e disse deixa estar, o mundo gira.




Leilinha Ferro abraçou a obra do Amarildo, da Gazeta Online (Vitória, ES).



E a do Vasqs.



  
 A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que no ano passado se..., bem..., se fundiram (veja AQUI), face a dívidas com o sistema agiotário. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro.

No hay comentarios.:

Publicar un comentario