lunes, 1 de octubre de 2012

Manuela, Fortunati e Villa: não temos para onde correr, n'A Charge do Dias

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O Contralouco ainda não descobriu quem o sacaneou, com aquela do cartaz na frente do bar (para saber, cliquem aqui, pura maldade, em Contralouco se apavora, o pessoal já sabe quem foi, mas não contam ao Contra), então segue endoidecido. Hoje, quando entrou no botequim às seis da tarde, todos os amigos perceberam que estava para lá de Bagdad.

Com o rosto fechado, encarou os boêmios. Tirou um cartaz que trazia às costas, mostrando. Nele se lia, em letras vermelhas:

"A Manuela é babaca, direitosa, ..., ... Vou de PSTU. Ass. Contralouco". (os pontinhos são palavras suprimidas, assim não dá, seu Contra)

A turma conhece bem o Contralouco. Quando está contrariado, esperam passar, ninguém diz nada.

Ele mostrou aquela bobice (esta de bobice vai por conta da casa, aqui da palafita, que não influímos no bar, e desde já alertando ao amigo Bruno, vulgo Contralouco, que estamos na nossa, com respeito e admiração) e soltou um riso grande demais, querendo ser enigmático, mas que só mostrava o seu nervosismo.

Jezebel percebeu que a coisa era séria, ele não estava nada bem.

- Vem aqui, meu amor, sente aqui.

O bar se fez silente. O Contra olhou com olhos levantados, ferinos, para todos os lados. Jezebel insistiu, senta...

Contra sentou ao seu lado, olhos abaixados. Jezebel lhe deu beijo no rosto, passou a mão nos cabelos, o Contra tentou sorrir. Ó Terguino, traz uma cerveja aqui pra mim e pro meu amor de Cruz Alta, eu amo este cara, e seguiu passando as mãos nos cabelos dele, achou que já podia e falou:

-   Contrinha, tu mostrou esse cartaz para outras pessoas?

- Este não, Jeze, é a matriz da minha gráfica. Não sabia que vivo de ter uma gráfica, uma maldita gráfica, que imprime santinhos?

Jezebel respirou aliviada. Sei, sim, e tu é um cara responsável.

- Mas espalhei umas 500 cópias pelos bares da Cidade Baixa e do Menino Deus, antes umas 100 no Centro, e dei umas para uns caras que me pediram...

O bar silenciou. Mr. Hyde olhou para os amigos com aquele olhar de vamos levá-lo para o hospital.

Contralouco repentinamente se voltou para o Hyde:

- Qual é, meu doutor, vai me ajudar? Está a serviço desses que imprimo? Louco é tu. Quem foi que te tirou do hospital outro dia, antes que te fudessem com remédios? Quem te levou uma garrafa de uísque e quebrou dois guardas que queriam te fuder, quem foi? Um dia hei de te contar!... e a todos vocês!... como ganhei o apelido de Contralouco.

Gustavo Moscão, lá da mesa do fundo, de onde, como os demais espalhados pelo bar, não perdia uma palavra sequer, não se aguentou:

- Um velho tio de Cruz Alta, tio da Jussara, já me disse, eu sei, nunca contei pra ninguém porque sei que tu não quer, mas devia contar. Mas chega por hoje, Contra, tá tudo bem, agora pára, tu não fala mais. São tudo igual, soube hoje que o Fortunati, além de destruir a cidade com aquele Fogaça, agora também é rico, deu cem mil reais para si mesmo, de onde tirou não sei, era um pobretão.

Mr. Hyde se levanta, eleva um brinde: Ao Contralouco, nosso irmão consciente!

De novo tudo aquilo, arrastar de cadeiras e o grito emocionado: Ao Contra.

Tintim!

Jezebel sai sem notar levando a matriz do cartaz. Pensa que chega de processarem o blog, que tenta reproduzir cenas do cotidiano crente de que estamos numa democracia onde a verdade impera - disse muito depois.

Vai atrás, Jezebel, disse Lúcio Peregrino no retorno da doutora em ciências sociais, e concluiu:

- Deveríamos ter enviado, Leilinha sabe fazer isso, tem um negócio que esfrega ao lado do computador e manda até foto, e ela não demora a chegar. Se ficarmos para depois, um dia destes esses babacas acabam matando o Contralouco do coração.

Leilinha chegou bem depois, na hora certa, recolhendo as charges do dia.

Pela primeira vez em muitos anos, a paz no botequim não era a mesma.


Por votos de maioria, ficaram com a obra do Mariosan., de O Popular (Goiânia, GO).





E com a do Aroeira, de O Dia (Rio de Janeiro, RJ).





Leilinha Ferro quedou seu coração pela obra do Pelicano, do Bom Dia (São Paulo, SP).






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