jueves, 6 de septiembre de 2012

Política de machucar os ouvidos, na Charge do Dias

.
Pela manhã rolaram conversas descontraídas no Botequim. Jucão da Maresia e Silvana Maresia contavam para a Jezebel e para a Leilinha sobre a sua viagem a Buenos Aires, com a travessia do Rio da Prata pelo buquebus.

"Fomos de avião até Montevidéu, já aí o Juca arrumou encrenca, o garçom do avião queria cobrar uma bebida, e eu ali, naquela de deixa pra lá, tentando acalmar o homem", disse Silvana.

"Pudera, paguei 350 paus de passagem e queriam me cobrar uma fortuna por uma mísera lata de cerveja. E essa aí incomodando. Os caras querem tirar o prejú da sua má administração atacando o bolso da clientela. E isso é coisa de muito mau-gosto, tiram a poesia de viajar pelos ares. Prefiro pagar mais caro em outra companhia. Eu deveria ter levado o Contralouco junto, me ajudaria  a derrubar aquele teco-teco de merda".

Silvana prossegue: "Ficamos só dois dias em Montevidéu, tudo o que vi foi o buteco mucufa e depois o hotel mucufa em Ciudad Vieja, onde ficamos uma noite, e no dia seguinte o estádio Centenario e o velho Las Acacias, pois certo alguém só queria saber de encher a cara e ver carboneros, manyas e aurinegros, não sei de onde tirou esse fanatismo pelo Peñarol, eu achava que só era doente pelo Inter, agora descobri que são clubes irmãos".

Nesse momento o Jucão é chamado pelo Contralouco, lá da mesa da calçada. Ele pisca para a Jezebel e sai rindo: "Salvo pelo gongo". Sem o Jucão, mudam de assunto por ora. Jezebel e Silvana vão para as mesas do centro acompanhar as conversas dos demais empinantes. Leilinha reassume o caixa no lugar do Terguino, que precisa sair.

Lúcio Peregrino, nótibuc à frente, comenta sobre a cidadezinha onde o prefeito e sua quadrilha vinham roubando um milhão por mês, há quatro anos: "12 mi por ano, vezes quatro, dá 48 milhões. Isso dá para construir, deixa fazer a conta... 3.200 casas populares muito boazinhas. Bem, aqui está... a cidade é novinha, 22 aninhos, era distrito de Magé. Tem 51 mil habitantes, o que dá em média 12.500 moradias... Meu Deus, 3.200 casas!".

Tigran Gdansk: "Passei por Guapimirim certa vez, um lugar tri bonito. É lá que tem o pico Dedo de Deus".

Gustavo Moscão, mostrando que não é tão moscão assim: "Deus não merece isso. Fora o dedinho, o resto da montanha deve ser Mãozona de Gato".

Clóvis Baixo: "E o que dizer do Rio de Janeiro, com o Cristo Redentor inteiro, deveria ser Gato Delta, com a estátua de um gato gigante com o governador e o prefeito no colo".

Marquito Açafrão: "O certo seria trocar o nome de Brasil por Guapimirim, ai ficaria tudo certo".

Lúcio: "Mais uma vez, dez a zero pra Polícia Federal. Um brinde: aos detetives da Polícia Federal!". Todos em pé num arranco e Tintim.

Lúcio: "Pera, desta vez não foi a Federal. Foi a estadual!";

Clóvis Baixo, já sentado como os outros: "Sigo com pavor de rato estadual, os federais mudaram antes. Mas mil a zero pra estadual do Rio, sangue novo, outros tempos".

Novo brinde, agora - disse calmo, quase soletrando, Lúcio Peregrino - "aos policiais civis da Delegacia de Repressão à Ações Criminosas Organizadas (Draco) e agentes da Subsecretaria de Inteligência do Rio de Janeiro!".

Tintim!

Baixo não se entrega: "Só falta prenderem o governo deles inteiro, um ventinho e cai de maduro".

Jucão volta lá de fora: "O Contralouco está fazendo um levantamento de todos os carros de propaganda política, esses da poluição sonora, quer saber quantos são. Perguntei pra que e ele desconversou, mas boa coisa não está planejando".

Lúcio Peregrino muda o rumo da conversa: "Desde menino ouço dizer que o Roberto Carlos era lambe-ovo da ditadura. Pois agora pegaram ele, apareceu um documento dos milicos que não deixa dúvida. Bem feito pr'esse lambusento explorador de professoras, e depois elas reclamam da vida...". Acabou de dizer isso e se deu conta de que tinha duas na mesa.

Para sua surpresa, Jezebel do Cpers interrompeu o seu princípio de pedido de desculpas e concordou: "Bem isso, lambusento é pouco. Era um moleque alienado, obcecado por dinheiro. Hoje é um velho alienado, obcecado por dinheiro".

Silvana Maresia: "E aquela lágrima falsa que dizem pingar em tudo o que é show... que nojo, eca!".

Leilinha Ferro pede licença: precisa enviar as charges do dia para o blog. Chamaram o Contralouco para a votação, ele voltou para dentro com um mapa de Porto Alegre todo riscado na mão, dizendo: "Pelas minhas contas os agressores possuem 700 carros de ataque, vou precisar de muito poder de fogo. Os filhos da puta a cada dia aumentam mais o volume das caixas de som, estão desesperados. Vão me pagar".

Os boêmios ficaram com o cearense Newton Silva.




E com o capixaba Amarildo, da Gazeta Online (Vitória, ES).




Leila Ferro justificou a obra que escolheu a solas, como é de seu direito como coordenadora: "O Tiririca foi sincero e se elegeu, o povo se divertiu muito. O povo só não sabe que um indigente mental como ele pode piorar, sim, aquilo que já é muito ruim. Agora ele tá lá, votando a favor do Esmeraldo Carvalhal do filme Reis e Ratos". Eta menina arretada.

É do Nani.




(A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que há poucos dias se..., bem..., se fundiram (veja AQUI), devido a dívidas com o sistema bancário, ou agiotário, como eles dizem. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro.)

No hay comentarios.:

Publicar un comentario