sábado, 15 de septiembre de 2012

Marcos Valério entrega os chefões, n'A Charge do Dias

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Temperatura de 25º em Porto Alegre, previsão de chuva para a noite. Os empinantes festejam antecipadamente a entrada da primavera: nove da manhã e o buteco está lotado, aperitivos rolando, sábado é sábado.

Lúcio Peregrino foi o último dos titulares, do time de halterocopismo, a chegar, quando entrou os demais já folheavam os jornais com as notícias de ontem. Sentou-se, pediu uma dyabla verde e abriu o nótibuc, dando início aos trabalhos de percorrer as novidades da cidade e do mundo. Nos dez primeiros minutos de navegação bateu a sua primeira losninha. Quando recebeu a segunda, pediu a atenção dos empinantes.

"Amigos. Aqui na Portinho neca de pitibiriba, a mesmice de sempre: alguns assassinatos, a polícia matando meia dúzia para proteger os banqueiros... e nenhuma crítica a candidato ou partido. A imprensa dos ricaços e os chargistas seguem naquela de ficar atrás do toco, pra 'não se incomodar'. Obviamente, nem um pio sobre o PSol e o PSTU, contra ou a favor, acham mais rentável fingir que não existem. Pera aí... a torcida do Grêmio está reunida para abraçar o estádio Porcão, ao meio-dia, em comemoração aos 109 anos do clube".

O Portuga se manifesta em cima, de lá detrás do balcão: "Olha o respeito, meu camarada". A turma ri.

"Esperem... Caiu a casa! O Marcos Valério detonou o mensalão para uma revista. Sentindo-se perdido no julgamento do Supremo, prestes a pagar a conta da sujeira onde não passou de um contínuo de luxo, abriu a boca a milhão. Vai do Okamoto ao José Dirceu, chegando ao chefão, o Lula. Como eu suspeitava, esse Marcos Valério não passa de um cagalhão, já não se fazem mafiosos como antigamente".

Nessas alturas a turma está acotovelada diante do notibuc, lendo a matéria, Lúcio aumenta a fonte para que todos possam ler.

Mr. Hyde se empolga: "O que dá nojo é a hipocrisia da sociedade, pois todo mundo sabia disso. E ficam lá, julgando pés-de-chinelo, em processos que tiveram investigações bloqueadas em altos escalões para que a acusação nunca chegasse aos autores intelectuais, a conta do planejamento sobrou apenas para esse Dirceu. Repito, tirando o povo da escuridão, todo mundo sabia!".

O botequim pega fogo, todos querem falar ao mesmo tempo.

Jussara do Moscão: "Essa revista, trocada por merda sai caro, são uns nazistas, mas do nada não iriam tirar isso, até porque é uma obviedade que para se sacramentar só faltava um delator covarde".

Carlinhos Adeva: "Não foi por falta de aviso. Esse José Dirceu é um inculto, pois cansei de adverti-lo de que deveria buscar um advogado bom para o Valério, dei até um nome, o Thomas Feargal Hagen. Mas não, pegou uns adevas do time dele. O Tom teria dado um jeito na situação".

Clóvis Baixo: "Agora quero ver a Manoela Namorida brigar na Justiça para botar o Lula no seu programa eleitoral, como se já não bastasse aquele monte de finórios pagando a conta!".

Contralouco: "Só louco para imaginar que o chefão seria o José Dirceu. Todo mundo sabe! É o sub-chefe, até o Moscão falou isso há cinco anos.".

O filósofo Aristarco de Serraria, único a permanecer como estava, apenas ouvindo os comentários dos companheiros, acendeu um cigarro e sentenciou: "Amigos, eles vão espernear. Como vêm fazendo desde o início do processo, aliás, como todos os criminosos fazem, vão negar de pés juntos, como antes negavam até a existência de caixa 2. Esses cidadãos não são mafiosos, são apenas vis batedores de carteira, que sequer avaliam  o mal que causaram ao Brasil, desde a Carta de Recife, quando rasgaram os nossos sonhos, aderindo às práticas dos inimigos".

Sentindo que o assunto iria longe, Leilinha Ferro a muito custo conseguiu pedir uma pausa nos debates, para que fizessem a escolha das obras do dia, ela novamente precisa sair, para a panfletagem do PSol lá na saída do abraço ao glorioso Olímpico, o estádio do Grêmio.

O Sponholz, do Jornal da Manhã (Ponta Grossa, PR), foi rápido no gatilho.


 Também ficaram com o Amarildo, da Gazeta Online (Vitória, ES).



Leilinha Ferro já tinha a sua pronta. Escolheu a obra do Pelicano, do Bom Dia (São Paulo, SP).



(A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que há poucos dias se..., bem..., se fundiram (veja AQUI), devido a dívidas com o sistema bancário, ou agiotário, como eles dizem. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro.)

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