jueves, 20 de septiembre de 2012

As doações de campanha e o Puteco, na Charge do Dias

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Pela manhã alguns boêmios foram assistir às festividades da Revolução Farroupilha, porém antes do meio-dia estavam todos a postos para o churrasco no meio da rua.

Mr. Hyde, na ponta de uma das mesas da calçada: "Só nós mesmos, festejarmos uma guerra perdida...". Deu uma talagada na sua dyabla verde e depois soltou sua risada de monstro.

Ninguém responde. A turma quer é sorrir, o próprio Mr. Hyde imediatamente mudou de assunto. Elegeram Brasil x Argentina como a pelada do ano.

Clóvis Baixo chega e vai sentando, pede um trago ao Portuga e exclama: "Vocês viram o cardume de piranhão lá no desfile?", referindo-se aos ilustres políticos que não perderiam essa por nada deste mundo.

Contralouco: "Quando um ameaçou vir pro meu lado, eu já fui dizendo: 'Sai filho-da-puta, vá morder o pescoço de outro!'. O cara deu no pé. Depois me arrependi, eu deveria ter deixado ele vir de lero, para meter-lhe a mão na cara".

Jezebel do Cpers: "Relaxa, Contra, chega de guerra por hoje".

Lúcio Peregrino: "Depois vou pesquisar os nomes dos doadores, digo, investidores da campanha de cada um, a estas alturas a relação já deve ter sido divulgada pelo Tribunal Eleitoral".

Carlinhos Adeva: "Nesta democracia do dinheiro, periga encontrar o nome de meia-dúzia de multimilionários comprando mandato para seus serviçais, como sempre. Depois os serviçais se encarregarão de transmitir ao povo, por irremediável osmose, os valores ideológicos e éticos do investidor".

Gustavo Moscão: "Não entendi".

Carlinhos: "Ora, o sujeito enriquece esfolando o povinho e metendo a mão no dinheiro público, sonegando, fazendo negociatas na calada da noite, deputado, o diabo, no fim das contas sempre arrombando os cofres públicos, superfatura até creche, ele não é um bicho, bicho não faz isso, por isso temos tantas pessoas e organizações que dizem gostar mais de bicho do que de gente, mas não são todas as gentes, são apenas esses vermes nocivos que proliferaram e espalham a desconfiança; depois, com essa grana, elege quem quiser, com o voto daquele mesmo povinho, para seguir esfolando, metendo a mão... Essa é a nossa democracia, que admite doações, digo, investimentos, até de pessoas jurídicas, Pessoa jurídica vota?"

Jezebel: "Ai, ai, ai, a conversa tá pesando de novo...".

Lúcio Peregrino: "Lembrei agora, Carlinhos, você mesmo me disse: o diabo é que na prestação de contas à justiça eleitoral os investimentos constam como recebidos do partido, é assim que eles driblam os eleitores. Os ricaços entregam a grana para o partido, mas indicando a quem querem que seja entregue. Na prestação de contas dos serviçais do mafiosão não tem nome de ninguém, fica lá como recebido do partido, pelo menos antes das eleições. Depois não adianta, Inês é morta".

Carlinhos: "Exatamente, meu camarada. Memória boa essa, hein".

Jussara do Moscão: "Mais uma guerra perdida".

Leilinha Ferro se despede às pressas, diz que não a esperem para almoçar. Pegará as charges para enviar a este blog mais tarde, por ser feriado admitirá quatro.

E aqui no blog deixamos a postagem em compasso de espera.

Leila Ferro retorna à tardinha e os empinantes já estão dentro do botequim, com as mesas tapadas de cascos de cervejas, na maior festa. As obras selecionadas estão anotadas numa folha do seu caderno.

Tevê conectada ao nótibuc, assistiam ao julgamento do Mensalão. Joaquim Barbosa está encerrando a sua fala e Marquito Açafrão diz: "Leilinha, o ministro acabou de mandar para a cadeia mais um monte de salafrários. Tem um lá que não queria agradar botequim, prefere agradar palacete de mafioso, mas as provas são por demais contundentes".

Elevam mais um brinde a atuação dos ministros. Mas nem tudo são flores, e Lúcio Peregrino adverte: "Agora virá o relator Complikowski, proponho desligar essa joça, temo que ele queira fazer o que os advogados de defesa não conseguiram. Salvo se alguém aqui está a fim de se irritar". Ninguém está, desligam a tevê.

Ficaram com o Amorim, em homenagem a algum maluco, que ninguém sabe quem é, que bolou os nomes do tatu. O Contralouco diz que aposta o que quiserem que daqui do Sul o sujeito não é: "É coisa de hijo de mami, esse cara deve se chamar Puteco, como disse o Aristarco outro dia".



Com o Samuca, do Diário de Pernambuco (Recife, PE).




Com o Sponholz, do Jornal da Manhã (Ponta Grossa, PR).


E com o Tiago Recchia, da Gazeta do Povo (Curitiba, PR).


Leilinha Ferro contentou-se com uma. Ficou com o Fausto, do Jornal Olho Vivo (Guarulhos, SP).




(A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que há poucos dias se..., bem..., se fundiram (veja AQUI), devido a dívidas com o sistema bancário, ou agiotário, como eles dizem. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro)



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