miércoles, 26 de septiembre de 2012

Joaquim Barbosa para Presidente, n'A Charge do Dias

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Pronto, o ministro Joaquim Barbosa só não será Presidente do Brasil se não quiser - disse Marquito Açafrão aos empinantes, ao chegar no botequim. Pediu um merengue ao Terguino: primeiro me dá um pré-sal, para firmar a mão, depois me traz a mais gelada.

Todos quietos, esperando o que viria, Marcos não costuma ser expansivo.

Sabem aquele verdureiro ali da José do Patrô, logo que passa a Perimetral?

Aquele fanático pelo PT?, disse Lúcio Peregrino.

O próprio. Fanático é apelido, o seu Hélio era doente, os filhos dele também, brigavam com qualquer um que ousasse falar mal do Lula ou do José Dirceu, mesmo que se esfregasse as provas na sua cara. Há anos bato papo com ele, quando vou comprar alguns legumes para a Marlene. Está outra pessoa. Conversa vai, conversa vem, hoje cedo ele me disse: "Sabe, seu Açafrão, posso não saber muita coisa, só fiz o primeiro livro, mas se o ministro Joaquim Barbosa se candidatar tem o meu voto e de toda a minha família, pelo que sei dos meus amigos, conhecidos e tudo. Eu continuo torcendo pela Dilma, ela não é como os outros, mas corrupção não é comigo, aqueles caras do mensalão me traíram. Custei muito a aceitar, mas aos 72 anos criei vergonha e deixei de ser o pior cego".

Jezebel: Não acredito, conheço ele há anos, o Helinho... ele disse mesmo?

Disse, e bem calmo. E acrescentou: "Falta ainda o financiamento público das campanhas, e proibirem as negociatas de tempo de propaganda na tevê, isso é uma barbaridade! Melhor ainda se a gente emplacar o voto distrital".

Bah, tchê, se proibissem essas cu-ligações na venda do tempo de propaganda na televisão Porto Alegre não teria 27 Secretarias Municipais, dava para fazer todo o serviço com umas 8, sentenciou o Contralouco, antes de sair para a frente do bar, exclamando "Preciso de ar!".

Aristarco, o filósofo da turma, intervém: é surpreendente, vindo dele, mas só quanto ao voto distrital, dado que os políticos e a imprensa evitam esse assunto em programas populares, pois no restante é geral a vontade de ter alguém como o ministro na Presidência, isso está se espalhando ao natural, o povão demora mas enxerga as próprias mancadas, aliás como todos nós.

Imagine na Bahia, onde uns 80% são afro-descendentes, disse Jezebel.

Ao povo simples não importa se é negro ou não, no Brasil sabemos quem são os racistas, e não são os pobres, com estes estamos no mesmo barco. Ao povo importa a sinceridade, a coragem e a seriedade, falou o polaco Tigran Gdanski.

Lúcio Peregrino, o auditor, suspira fundo, toma um gole da sua cerveja e diz: Neste nosso sistema podre só mesmo um juiz assim para conseguir se eleger, os múmios deram um tiro no pé, na ânsia de acabar com a esquerda colocaram o juiz em evidência. Mas nem isso é certo: logo que conseguirem o que querem vão inventar que o juiz bate na mulher ou coisa parecida. E deputado e vereador que preste nunca vai se eleger com as regras atuais, sem contar com o patrocínio de grandes empresas e corporações - que depois vão meter a mão com os esquemas de contratos superfaturados, as velhas licitações de mentira. Nesta sujeira dificilmente alguém vai se eleger sem comprar votos, ou sem fazer promessas mirabolantes. Se não se corromper, não entra. 

Mas é isso, disse Aristarco, aí entra o voto distrital, o povo vai votar em quem conhece, do seu bairro, quem mora na aldeia conhece os bugres, ora...

Janjão, que é negro: se o ministro Joaquim se candidatar vai ser uma lavagem como nunca houve no Brasil.

Antes que os boêmios salvassem o Brasil, Leilinha Ferro interrompeu exigindo as charges do dia, hoje ela tem novamente compromisso com o Psol, precisa sair.

Chupim da Tristeza brincou com ela: tá feliz porque vai ganhar a primeira prefeitura, né?

Era o assunto anterior, e Lúcio Peregrino confirma: é, em Belém do Pará o candidato do Psol à prefeitura disparou na frente, sem aceitar doações de grandes empresas e corporações.

Contralouco, voltando lá da frente do bar, diz sorridente: tinha que ser Belém, terra de Jesus Cristo. 

Escolheram a obra do Clayton, de O Povo (Fortaleza, CE).



E a do Nani.





Leilinha Ferro abraçou a obra do Lila, do Jornal da Paraíba (João Pessoa, PB).



(A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que há poucos dias se..., bem..., se fundiram (veja AQUI), devido a dívidas com o sistema bancário, ou agiotário, como eles dizem. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro)










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