domingo, 26 de agosto de 2012

Por amor a Porto Alegre, na Charge do Dias

.
Domingo de churrasco no Botequim do Terguino. Com a chuva, temperatura caindo rapidamente, a turma começou cedo com a bebida do bar, a Dyabla Verde caseira.

À dez da manhã o filósofo Aristarco de Serraria inaugurou os merengues: "Salta uma losninha, Portuga!".

Lá fora apenas o sambista Chupim da Tristeza, de papo com os passantes, todo alegrão, hoje comandando os espetos no tonel sob a marquise, de tênis, bermudas e camisa regata do Inter. Quando as mulheres o advertiram do frio, respondeu: "Tenho a meu favor as brasas e a losna, gripe não pega".

Com as brasas não sabemos, aqui na palafita, mas com o absinto doméstico não é só a gripe que não pega. Não pega nada, Chupim. Aliás, cura tudo, se a pessoa tiver algum problema, cura em uma semana, devido às propriedades medicinais... ué, nosotros aqui, nos metendo no papo dos pinguços? Se colocar alho sobre as picanhas e as penosas pouco antes de levantar do fogo, aí termina de fechar o corpo.

Lá dentro as discussões versaram sobre as eleições em Porto Alegre, os empinantes decidiram deixar para lá o "mensalãodowski", como disse Lucas da Azenha, o boêmio que não bebe, um dos poucos gremistas presentes, com uma camiseta tricolor reluzente de nova.

Lucas da Azenha: "Ficou ruim a enquete no blog Espantado, não consegui votar".

Lúcio Peregrino: "Ninguém conseguiu. Eles já viram, vão arrumar, só ainda não sabem como, são 'anarfas' nesse negócio, dizem que só sabem escrever mal e porcamente".

Contralouco: "Lucas, essa tua camisa parece um pijaminha de rico, huahuahua...".

Lucas: "De tarde tu vai ver pijaminha...".

Tigran Gdansk: "Ontem fui na casa da minha irmã, que tava de aniversário, e na volta ao Centro fiz um trajeto diferente, vim pela João Pessoa. Na esquina da Venâncio Aires quase me bateram atrás, pois li um negócio e meti o pé no freio de soco. No prédio do antigo Cine Avenida tem um Comitê Central de um partido, com uma gigantesca placa com a seguinte frase: 'Por amor a Porto Alegre'. Depois demorei cinco minutos estacionado, pra cair a ficha".

Carlinhos Pi e Contralouco falam juntos. "Ali não era uma bosta da Universal?", diz Carlinhos.  "O quê, por amor!?", exclama o Contralouco.

Mr. Hyde solta a sua risada de filme de terror. O Contralouco hesitou mas logo rolava no chão do bar junto com Gustavo Moscão, segurando a barriga de tanto rir, o Contra balbuciando: "Por amor...".

Aristarco, seco: "Esses caras têm coragem..."

Jezebel do Cpers, irritada: "Isso é desprezo à minoria pensante, sabem que desta não terão votos, ficam mexendo é na cabeça do povinho".

Jussara do Moscão: "Jeze, essa nem o povinho engole".

Nicolau Gaiola, contrafeito (detesta falar de politicagem): "Eu já tinha visto, é do Miudinho Fortunati".

Lúcio Peregrino, nótibuc à frente: "Pera aí, deixa eu ver...".

Clóvis Baixo, o piadista da turma, hoje um tantinho sério: "Propaganda é besteira. O povo vai atrás de quem promete mais vantagens pessoais. Pessoais mesmo, cada um para si, não para o seu vizinho ou para a comunidade. Os políticos em geral, como os estelionatários, sabem lidar com a ambição dos simples, é a velha história do conto do bilhete de loteria".

Lúcio Peregrino: "Tá aqui, achei, esse negócio de Amor é de um montão de siglas: PTN, PMN, PRB, DEM, PPS, PP, PTB, PMDB e PDT. Uma grande culigação, vai da tortura do Médici aos colégios do Brizola, passando pela Opus Dei e mais um monte de segundos negociados. O Miudinho é apenas a fachada, é o atual prefeito, tem a máquina. Outro dia o Baixo falou que tem o Fortunati por gente boa, eu até concordo, mas...".

Jussara do Moscão: "Isso não tem nada a ver com gente boa ou ruim, cada sigla tem de tudo. Me admiro de vocês, se espantarem, isso sempre foi assim, promessas, pegar nenê no colo, por dentro repugnados, depois reclamam daquele 'neguinho fedido', armam sorrisos, olhos simulando sinceridade... Vocês são uns babacas, por que estranhar agora?"

Nicolau Gaiola: "Com licença, vou ali falar um negócio com o Terguino".

Tigran Gdansk: "É que já era pra ter mudado, Sil, o mundo é outro...".

A professora Silvana Maresia, abraçada com seu marido Jucão, que tinha acabado de chegar, se irrita: "Não mudou uma pica, Tigran, é tudo igual; igual nada, é pior, a educação é pior do que 50 anos atrás, quer falar das escolas de novo, quer?!".

Nicolau Gaiola, de volta: "Não estou gostando dessa conversa, daqui a pouco vão falar da Manoela Namorida... Pelo amor de Deus, assim vocês vão acabar me estragando o domingo".

Clóvis Baixo: "Não sei o que significa a maioria dessa culigação, mas é gente do escambo de segundos na tevê, por cargos? No fundo o mensalão era um negócio parecido, não?".

Marquito Açafrão: "Engraçado que os chargistas de Porto Alegre perdem uma dessas, um prato cheio...".

Mr. Hyde: "Cagados".

Lúcio Peregrino: "Hoje à tarde tem Grenal, minha gente, alguém sabe a que horas começa?".

Leilinha Ferro permitiu a escolha de quatro obras. Cada um escreveu a sua predileta num papelzinho e ficaram com as quatro mais votadas. Com as reclamações de sempre: a dificuldade em escolher, todas são boas demais. Vão em desordem.

Luscar:




Geraldo Passofundo:




Sponholz, do Jornal da Manhã (Ponta Grossa, PR).




S. Salvador, do Estado de Minas (Belo Horizonte, MG).




Leilinha Ferro, a coordenadora da coluna, comunicou aos boêmios que, como concedeu a eles o dobro das obras regulamentares, também exercerá esse direito. Escolheu duas, em vez de uma. Disse mais: que, como coordenadora, não se sente obrigada a cumprir as suas decisões, sobre os temas abordados pelos artistas. Eta guria de personalidade.

Ficou com o Pelicano, do Bom Dia (São Paulo, SP).




E com o Zerramos. (A palafita curva-se à argúcia da Leilinha).




(A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que há poucos dias se..., bem..., se fundiram (veja AQUI), devido a dívidas com o sistema bancário, ou agiotário, como eles dizem. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro.)


No hay comentarios.:

Publicar un comentario