miércoles, 15 de agosto de 2012

O Mensalão do Papa, na Charge do Dias

.
No Botequim do Terguino os empinantes cedo abriram os trabalhos. De cara sobrou para o Papa e seus camaradas.

Tigran Gdansk: "Viram esta do mordomo do Papa? Invadiram a casa do sujeito e encontraram entre seus pertences um cheque nominal ao chefão, de 100 mil euros. Esses caras são estranhos. Ora, um cheque de 100 mil euros some por meses, ninguém se dá conta, depois o encontram por acaso ao vasculharem a casa do cara por outras suspeitas. Agora querem prendê-lo por causa de um cheque não descontado".

Mr. Hyde: "Eta contabilidade bem organizada essa... deveriam botar o Delúbio de tesoureiro".

Lúcio Peregrino: "Só não entendi essa do Papa receber doações à Igreja assim, na própria mão, sem recibo. Por que não mandou o doador passar no Caixa?".

Clóvis Baixo: "História muito mal-contada... de repente era o sagrado mensalão, como o dos pastores eletrônicos". Depois curvou-se sobre a mesa, baixou a voz e disse: "Li que esse Papa era o chefe da Inquisição e queria arrancar o fígado do Leonardo Boff".

Contralouco, fazendo jus ao nome, ironizando o temor do Baixo em falar certas coisas, repete em altos brados: "Li que esse Papa era o chefe da Inquisição e queria arrancar o fígado do Leonardo Boff!".

Em seguida o filósofo do buteco, Aristarco de Serraria, prosseguiu na iniciação do Gustavo Moscão nas ideias de Kant. O Moscão com ar de bobeira lhe respondendo: "Que imperativo mesmo? Na categoria?".

Foi quando Jezebel do Cpers chegou abatida, dando conta da morte de Altamiro Carrilho. Todos lamentam a grande perda para o Brasil.

Jezebel: "Espero que a Dilma compareça ao velório".

Nicolau Gaiola: "A estas horas tem flauta encantada no Céu. O Papa eu não sei se vai, mas o seu Altamiro eu sei que já está lá, com a anjaiada se maravilhando ao som de sua flauta".

Os boêmios ficam quietos por um bom tempo, olhando para o fundo dos seus copos. Tigran Gdansk quebra o silêncio: "Pra mim foi uma graça tê-lo ouvido tocar, uma honra ter sido seu contemporâneo". Volta o silêncio.

Mais tarde escolheram as obras do dia.

A turma do extinto Beco ficou com o mestre Aroeira, de O Dia (Rio de Janeiro, RJ).




Os pinguços do antigo Botequim com o Erasmo, do Jornal de Piracicaba (Piracicaba, SP).



Leilinha Ferro ficou com o Sinfrônio, do Diário do Nordeste (Fortaleza, CE). Eta menina porreta!



(A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo. Antes eram dois butecos, o Beco do Oitavo e o Botequim do Terguino, que há poucos dias se..., bem..., se fundiram (veja AQUI), devido a dívidas com o sistema bancário, com os agiotas, como eles dizem. O novo bar manteve o nome de um dos butecos: por sorteio ficou Botequim do Terguino, agora propriedade dos ex-endividados António Portuga e Terguino Ferro.)

No hay comentarios.:

Publicar un comentario