domingo, 29 de julio de 2012

Pesquisa para Prefeito de Porto Alegre, na Charge do Dias

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Chove na capital gaúcha. Alheios à chuva aos poucos os boêmios do Beco do Oitavo e do Botequim do Terguino vão chegando no Beco, cada um com seu quilo de carne na mão. Como todos sabemos, o Botequim raramente abre aos domingos, de modo que os empinantes se concentram no buteco do Portuga, churrasco no tonel cortado posto na calçada.

Às nove horas a professora Jezebel do Cpers largou o seu quilo de penosa e já pediu um martini, instalada em uma das mesas lá fora, sob a cobertura de cimento. Lá pelas dez, quando os viventes já eram uns vinte, a mestra deu um show na calçada, acompanhada por Cícero do Pinho, Fernando do Bandolim, Mateus do Pandeiro e Janjão no surdo, atacando de Agora é Cinza.

A senhorita Leila Ferro ausente, foi a um batizado. Então Lúcio Peregrino pilota o notibuc, com o que teremos alguma dificuldade na transcrição dos diálogos (Leilinha tem um gravador). De pronto Lúcio envia correio eletrônico a este blog, perguntando se é possível fazermos uma pesquisa de intenção de voto, aquele negócio de clicar na opção desejada, como fazem outros veículos para inquirir sobre besteiras.

Refere-se, o ilustre boêmio, à eleição para prefeito de Porto Alegre. Comunica que resolveram eliminar da consulta popular os dois candidatos dos ricos e da imprensa, esta a quem chama de "múmia paralítica" (redundância, lalaus e imprensa múmia, não?), ou seja, a Manoela Namorida e o Miudinho Fortunati. Além disso, não constarão eventuais candidatos da "rezaiada", como disse, referindo-se aos vinculados a seitas religiosas. Informa ainda que como o PT não existe mais como partido, tratando-se apenas de uma organização com outros objetivos, o seu candidato também ficará de fora. Argúi que os boêmios desejam uma pesquisa séria.

Tigran Gdansk aparteia Lúcio, pedindo para informar em seu correio que "a Manoela Namorida tem em sua 'coligação aquilo' uma seita que obriga a rezação a cada reunião de seus dirigentes, na abertura e no final. Não entendo como a comunista, de um partido ateu, fará reuniões com seus amigos rezadores".

Ora, amigos, se o tal amontoado não vai integrar o rol da pesquisa, esse e outros detalhes sórdidos não interessam. Aos nossos milhões de leitores: o grifo acima, em aquilo, que dizer que substituímos por essa a palavra original, não queremos ir parar na cadeia, já que não temos dinheiro para pagar indenizações com base no triunvirato da ditadura (calúnia, injúria e difamação), pois, como dissemos ontem, este blog não recebe dinheiro do governo nem de ninguém. Em resumo: andamos matando cachorro a grito.

Lúcio adverte que a tarefa não é para já, pois ainda estão averiguando se os candidatos restantes preenchem os requisitos: "Nessa salada, quem duvida que de repente salte um banqueiro ou um pastor eletrônico de dentro do PSDB, afinal é o partido da entrega dos bens nacionais ao estrangeiro".

Amigo: pastor não sabemos, mas esse é o partido preferencial dos banqueiros, depois do DEM-ditadura.

Bem, Lúcio, sobre a questão colocada, vocês já sabem a resposta. Claro que topamos, jamais poderíamos recusar tal encargo, em se tratando de uma pesquisa séria. Se quisessem enrolação, estamos certos de que os amigos procurariam o ibope ou sociedade equivalente (idem aquilo).

Permaneceremos no aguardo da relação. Enquanto isso vamos reaprender como se coloca aquele quadro de consultas num canto do blog, para a inauguração do DataEspanto.

Por fim, Lúcio encaminha uma reclamação de Aristarco de Serraria, sobre os chargistas de Porto Alegre. Diz o filósofo do Botequim do Terguino que a turma ainda não viu obras, nem uminha, referindo à dita eleição para prefeito. "Sequer sobre os fatos à flor d'água, imagine os submersos, estarão cooptados?".

Acho bom os amigos olharem melhor. Essa é uma acusação muito grave, nos recusamos a reproduzi-la. Acreditamos que os amigos é que estão viciadinhos em colher obras no site A Charge Online, de modo que descuidam dos jornais, pois  nem todos os artistas as colocam naquele site. Se procurarem bem, de repente encontram a Manoela Namorida, só como exemplo, rezando com seus coligados. Aliás, em jornais quem manda são os donos, aqueles múmias paralíticas referidos inicialmente por vocês, o artista não pode colocar o que bem entende, então sugerimos procurarem nos blogs dos chargistas.

Lúcio avisa que além da zoeira da música está cercado de empinantes querendo mandar recado.

Contralouco: "Vem pra cá, Salito, já incendiamos as linguiças aqui na rua!". 

Grato, mas não posso, meu amigo, estou no interior do estado.

Gustavo Moscão: "Sabe onde anda o prefeito João da Noite?".

Não sei, ligue pras casas das mulheres dele, em uma deve estar.

Mr. Hyde: "Vocês viram aí, a raiva do governo brasileiro pelo fato da Marina Silva carregar a bandeira olímpica em Londres, ao lado do Muhammad Ali e de um monte de prêmio Nobel? O Marco Maia, todos, até o ex-comunista Aldo Rebelo, ficaram enlouquecidos de inveja, só porque as tevês do mundo se ocuparam da Dilma por cinco segundos, enquanto a Marina ficou horas sendo ovacionada".

Vimos sim, Hyde, mas isso é assim mesmo. O que vem de baixo, você sabe. A cachoeira de ignorância dessa gente não atravessará o nosso guarda-chuva de amor, como diz o Clóvis Baixo.

Jezebel do Cpers: "Beijinhos, guri". Outros, Jêze.

Lúcio diz que não está a fim de passar o dia mandando recadinhos e corta o barato do pessoal. Manda as obras escolhidas, três, uma pelo Beco, outra pelo Botequim e outra pela Leilinha, escolhidas em votação por todos os presentes. Vão em desordem.

Vieram com o famoso Honestino, do Amâncio, do Jornal de Hoje (Natal, RN).




Com o Sponholz, do Jornal da Manhã (Ponta Grossa, PR).


Com saudades da coordenadora da coluna, Leilinha Ferro, menina dos olhos dos butequeiros, eles atacam com um de seus artistas prediletos. Duke, de O Tempo (Belo Horizonte, MG).



(A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do Terguino, dono do botequim, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo.)

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