miércoles, 30 de mayo de 2012

Os boêmios no PSOL? Na Charge do Dias

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Hoje pela manhã, no Beco do Oitavo, Gustavo Moscão e Nicolau Gaiola sentaram-se em mesas na calçada. Sabiam que no interior do bar a conversa estaria centrada nas grandes figuras da república, como Lula, Gilmar Mendes, Cachoeira, Palocci (sim, não o esquecem), Fernandinho Beira Mar, Sarney, José Dirceu, Daniel... Dantas (agora eu me atrapalhando com o nome), Lampião, Demóstenes, Cavendish, Madame Satã, Eike Batista e outros.

Moscão meteu a cara na janela e falou para os boêmios de dentro: "Ontem a gente avisou, chega desse papo furado, aqueles malandros lá podres de ricos e vocês aqui de masturbação mental".  Riu, gritou "Salta dois ferrinhos" ao portuga e voltou para a frente. Na verdade os dois queriam privacidade para acertar um treco de ajudar o Terguino, do outro bar, a dar um cagaço num gerentalha de banco. Essas coisas não se pode falar diante de Mr. Hyde, odeia extorsão - lembra de um agiota em especial, e já quer ir em casa buscar seus molotovs de estimação.

Mr. Hyde rugiu lá de dentro: "Alienados. Vocês têm mais que ir pra passeata da maconha!".

João da Noite estava muito ocupado, de modo que temos apenas alguns dos diálogos, quando não fragmentos.

Carlinhos Adeva: "É como eu tava dizendo: claro que os governadores podem ir à CPI e responder a todas as perguntas e questionamentos. Basta o sujeito negar envolvimento com os mafiosos, responder 'Não sei' ao que não sabe e fim. O problema é outro: eles tentam evitar a ida a todo custo pela simples razão de que devem, têm culpa em cartório. Vejam bem, admitamos que o tal Cabral Guardanapo, do Rio, vá lá e negue que o governo dele, com sua interferência, ajudou a Delta a se avançar no dinheiro público. Ou diga que não sabia de algo que tenha suas digitais.  Nega numa boa, toma cafezinho, o lambe-ovo do Vaccarezza lambe os seus respectivos, e sai de lá babado, elogiado, palmadinhas nas costas, ah, que grande homem. O medo de quem deve é que no seguimento, com quebras de sigilo e o escarcéu, daqui a pouco surja uma prova cabal da sua participação, alguma ajudinha ao amigão dono da Delta, para não falar em coisa pior. E agora?

(toma um gole da sua caipirinha)

Agora, além de responder pela maracutaia, que nunca dá em nada, surge um fato incriminador gravíssimo, de que não poderá se livrar tão fácil: teria mentido a uma Comissão Parlamentar de Inquérito, mentido à nação dentro da Casa do Povo. Se mentir em tribunal comum dá cadeia, imaginem uma coisa dessa envergadura. Essa a razão por que correm como o diabo da cruz do depoimento na CPI. Depoimento ou testemunho que qualquer homem de bem tem a obrigação de dar, se convidado ou intimado, em respeito ao seu país, aos cidadãos do seu país. E autoridades fogem... Esses são os salafrários que nos governam."

(...)

Marquito Açafrão: "O Lula pode ser um deslumbrado, um abobado que não se flagra que deu pra ele, mas ao menos foi presidente pelo voto, e esse Gilmar Dantas é na base do Quem Indica."

Lúcio Peregrino: "Pera aí, Açafra, primeiro que isso de ter votos não quer dizer picas. Todo mundo sabe que ganha quem melhor iludir o povo da escuridão, marquetagem e caralho a quatro, e pra isso antes precisa do aval da Globo, dos empreiteiros, dos banqueiros... dos caras que mandam nesta bosta de país. O Lula baixou as calças pra eles, depois de a gente se matar para colocá-lo na vitrine. Depois que nos rasgamos trabalhando e lhe demos o povão, não precisava mais da gente. Os descontentes que se retirem... E por essas e outras se acha O cara..., tenha a santa paciência, se deslumbrar com o povão, que amanhã ou depois estará elegendo outro Collor, vá ser burro assim na puta...".

Marquito: "Ei, tá bem, Lúcio, não precisa gritar."

Mr. Hyde trovejou: "Pessoal, não vamos ficar brigando entre nós, essa gente não merece, temos é que pensar em alternativas. Para o seu 'idealismo' o Lula está certo, com os bolsos cheios, um filho que é um ás dos negócios, agora é Don Luigi 'Lula' Silveone. Mais um engano que cometemos, foda-se, ponto final. E agora?".

Com a elevação do tom, Nicolau Gaiola adentrou no buteco. Sentou e disse, lágrimas correndo: "Gente, PSOL?".

(...)

Tigran Gdanski disse ter achado graça ao receber, na rua, um panfleto de um moço do PSOL. Moço de ar sincero, forte, limpo. Perguntou, como é teu nome, rapaz: "Gabriel Z". E...

(...)

Quando Leilinha Ferro passou para pegar a obra do dia ainda estavam embatucados, muito difícil escolher. Então aplicaram na menina que hoje é o aniversário do Walter Schiru - festa à noite, e conseguiram o direito de postar mais de uma.

Sponholz, do Jornal da Manhã (Ponta Grossa, PR).




Aroeira.





Cláudio, do Agora S. Paulo (São Paulo, SP).





No Botequim do Terguino a turma ficou sabendo da colher-de-chá que a Leila deu aos camaradas do buteco de lá. Não deu outra, exigiram tratamento igual. Quanto às conversas sobre o PSOL, o Contralouco disse: "Ué, então resolveram oficializar?, azarados como são, periga se filiarem e no outro dia estourar um escândalo...". Informados do aniversário do Walter Schiru, ficaram quietos.

Bira. (Ei, Bira, esqueceste de quem se opôs, com ódio, a Lei da Ficha Limpa?)





Pater, em A Tribuna (Belo Horizonte, MG).




Clayton, em O Povo (Fortaleza, CE).




Leila Ferro para variar escolheu a obra do Duke, de O Tempo (Belo Horizonte, MG).




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(A coluna A Charge do Dias leva esse título pelo seu idealizador, o mestre Adolfo Dias Savchenko, que um belo dia se mandou para a Argentina, onde vive muito bem. Sucedeu-o na coordenação a jovem Leila Ferro, filha do dono do botequim, quando os boêmios amarelaram na hora de assumir o encargo.)


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