sábado, 7 de abril de 2012

A carta

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A cartinha deixada por Dimitris Christoulas, o aposentado que se matou quarta-feira na praça Syntagma de Atenas. Por trás do desastre pessoal e econômico, a meia-dúzia de grandes "famílias" que controlam as finanças no mundo. Como aqui.
Até quando?

“O Governo de Tsolakoglou* aniquilou toda a possibilidade de vivência para mim, que se baseava numa pensão muito digna que eu paguei por minha conta, sem nenhuma ajuda do Estado, durante 35 anos. E, dado que a minha avançada idade não me permite reagir de outra forma (ainda que se um compatriota grego pegasse numa kalashnikov, eu o seguiria), não vejo outra solução que por fim à minha vida desta forma digna para não ter que terminar remexendo nos caixotes de lixo para poder subsistir. Creio que os jovens sem futuro empunharão algum dia as armas e enforcarão os traidores deste país na praça Syntagma, como os italianos fizeram com Mussolini em 1945″.
 
* Referência ao primeiro-ministro grego que durante a guerra, em 1941, colaborou com a ocupação nazi do país.

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