viernes, 10 de febrero de 2012

Mélodie

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O blog privilegia a música popular (desde que não seja o premeditado lixo do império nem, idem, sertanojos, para isso já  temos as concessões estatais de rádio e tevê), mas vez em quando...

Pyotr Ilyich Tchaikovsky, aos 37 anos, em uma madrugada de fevereiro de 1878, quando havia custado a adormecer devido a uma forte depressão, de repente acordou em meio a sentimentos de calma e sobressalto, ainda confuso, a mente procurando paz...

Entre março e maio buscou incessantemente o complemento, queria mais, sôfrego, entre lágrimas, recordava a música, pedaço, resquício, do sonho, e nervosamente a deixou para a terceira parte.

Denominou a OP 42 de Воспоминание о дорогом месте, em francês Souvenir d'un lieu cher, ou ainda, em tradução livre, Lembrança ou Memória de um lugar querido, originalmente composta para violino e piano, mas que tornou-se conhecida com violino e orquestra.

No dizer do próprio Tchaikovsky, o terceiro movimento, Mélodie, é "música sem palavras".

Ainda hoje há quem o critique, os críticos que jamais fizeram nada.

Aqui com a solista Christa Ruppert Leiria (Frankfurt, Alemanha, 2/4/1935 – Alcabideche, Cascais, Portugal, 6/5/2010), uma criança que tentava esquecer as bombas de guerra que caiam sobre a escola já em ruínas, abraçada a um violino. Virtuose, fiel ao arranjo original. Nesta apresentação já quase vencida pelo câncer.
Ao piano, a brasileira Jussiara Albuquerque, orgulho de Pernambuco e amor puro que nos resta.
 
Sem palavras.
 
 

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