jueves, 5 de enero de 2012

Para Carolina y Natividad, Abrazame así

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Meninas, há tempos procuro outro bolero para oferecer, um com o qual... eu me faça entender. Ser compreendido.

Claro que, morrendo tantas vezes como já morri, sei que é bobagem querer ser compreendido neste mundo cão, mas sei lá, queria me iludir, sonhar que fui compreendido por um instante, mesmo por pessoas que não me conhecem, como vocês, que me viram sempre em malas penas. Até que para um desarvorado não me saí muito mal, não?

Ilusão. Todos deveriam ter direito às ilusões, eu ouso sonhar, finjo que não vejo a avalanche de contrárias comprovações: o mundo é um Cérbero ingrato e enlouquecido.

Hoje lembrei deste bolero, de um querido artista argentino, acendi uma vela em março passado. Como pude demorar tanto a recordar desta página do seu Miguel Mario Clavell (9/10/1922, Ayacucho10/3/2011, Buenos Aires).

Desde menininho desejei um abraço, não apenas apertado, mas... um abraço sincero, com ardor, sentindo as mãos da outra pessoa nas costas, na nuca, o calor, o corpo, deste se despreendendo pura sinceridade e companheirismo. Pois o bravinho aqui, libertador dos frascos e comprimidos mesmo correndo risco de morte, nunca soube o que é isso. Quando houve, se houve, junto tinha desencontro de cultura e aspirações. Como todos sabem, o Louco sou eu.

Gente que você segurou a vida, pela arma na mão que salva ou pela comida que leva, esquece no dia seguinte. E cobra, mas para o "pai" deles, um menino, nem um abraço. A ignorância do povo, hoje vocês já sabem, há que se ter paciência, mesmo vendo os lixos dos candidatos a presidente dizerem tudo aquilo pela televisão. Hoje somei meu desprezo pela direita brasileira à gentalhas que colocou o lesma do Lula lá, bando de covardes, ao preço de efêmera glória dar o cofre aos abutres. Covardes e jumentos. Eu pari a lesma, mas saltei fora ao primeiro sinal de sujeira.

Confio no voto do Joaquim Barbosa, o país pode avançar um tiquinho se der cadeia, aí os presos vão entregar os serras e fernandos, um sonho... Mas os pares do Joaquim..., revolta o estômago. Parei de visitar presídios todos os meses, palestras anos a fio em noite de natal, por causa de gente assim, e não eram os prisioneiros.

Um abraço que me levasse ao paraíso, que me dissesse que não estava lutando sozinho. Um abraço adorado.

Procurei a música no youtube, não vi todas mas o que vi me deixou chateado, só bundões, como o negociante de Cachoeiro, que fingindo vende e apodrece de rico para professoras que não merecem esse nome. Ah, se elas soubessem o que eu sei.

Acabo oferecendo o bolero a vocês na voz de uma mulher. Fechem os olhos, ouçam a melodia, a letra, e pensem que sou eu.

Que precisava de um abraço de Amor.

Só isso.





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