martes, 3 de enero de 2012

Guilherme de Brito

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Pelos idos de 1950 Guilherme de Brito Bollhorst (Rio de Janeiro, 3/1/1922 - 26/4/2006), ao voltar do trabalho, passava pelos bares do bairro de Ramos, subúrbio do Rio. Certa vez topou com Nelson Cavaquinho, já quarentão, tocando e empinando todas em um dos butecos. Sentou-se e ficou a admirar o artista. Gostou, e passou a frequentar o bar, todas as noites lá, quietinho, sentado a um canto. Numa dessas noites, quando as garrafas teimavam em se esvaziar rapidamente, encheu-se de coragem e arriscou-se a mostrar ao artista do buteco a primeira parte de um samba ainda não concluído. Seu Nelson espiou o pedaço de papel, depois empurrou uma cadeira e rugiu, com aquele vozeirão de conhaque: "Chega aqui pra perto, rapaz, vamos ver essa segunda parte juntos".

Ali nascia uma das mais ricas parcerias da música popular brasileira. Talvez A Flor e o Espinho (com Alcides Caminha) seja a página mais famosa dessa união, mas é difícil precisar, pois há Folhas Secas, Louco, O Bem e o Mal, tantas... Suas músicas foram gravadas por gente como Raul Moreno, Orlando Silva, Paulinho da Viola, Clara Nunes, Beth Carvalho, Nelson Gonçalves, Elis Regina, Alcione, Leny Andrade, Elizeth...

Temos especial apreço pela composição Quando eu me chamar saudade, que aliás aproveitamos para sugerir à Maria da Graça, a melhor cantora brasileira do Beco do Oitavo (consequentemente da Cidade Baixa, da cidade toda, do estado...), que a inclua em seu próximo disco. Por falar nisso: Alô, pessoal da boemia, quando é que alguém vai colocar no Youtube o primeiro disco da Gracinha, recém lançado? Será que eu é que terei de aprender a fazer isso?

Aliás, não apenas a América, mas também os japoneses se renderam aos sambas da dupla, como se vê:


Mas incomparáveis mesmo são as gravações da Nora Ney, e dela, Elizeth. Por motivos de saudade, hoje com Elizeth.





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