martes, 20 de diciembre de 2011

Ricardo Cravo Albin

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Hoje, primavera se despedindo, o verão apontando ali adiante, o aniversariante é ninguém menos que o próprio Ricardo Cravo Albin (Salvador, BA, 20/12/1940).

Fundador e primeiro diretor do Museu da Imagem e do Som, mentor do Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira, este onde diariamente refrescamos a memória e aprendemos tudo aquilo que a ela falta, ficamos sem saber o que dizer do homem que é o maior responsável, em todos os tempos, por proteger, estimular e difundir a música brasileira.

Guardamos em lugar especial da palafita o inesquecível álbum duplo "Há sempre um nome de mulher", que o senhor produziu, seu Ricardo.

Um pouco sobre o grande brasileiro:

Formado em Direito, Ciências e Letras (Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil 1959/1963).

Oficial da Reserva do Exército Brasileiro (CPOR 1960/1961). Formado em línguas pelo Instituto Brasil-Estados Unidos (1958/1963) e pela Aliança Francesa (1958/1964).

Cursou Direito Comparado na Universidade de Nova York entre 1964 e 1965. Por essa época, foi Diretor Cultural do "1º Festival Internacional de Cinema", do Rio de Janeiro.

Entre 1966 e 1971, foi membro efetivo do Corpo de Jurados dos Festivais Internacionais da Canção Popular. Foi Chefe das Delegações Brasileiras junto aos "Festivais Internacionais de Cinema de Cannes", na França nos anos de 1970 e 1971.

Fundador, convidado por governos estaduais, de Museus da Imagem e do Som em São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Aracaju, Florianópolis, Brasília, Recife, Belém, Natal, Teresina, Dourados (MS), Manaus, Uruguaiana (RS), Volta Redonda e Londrina entre os anos de 1967 e 1985.

De 1968 a 1988 trabalhou como Comentarista da Rede Globo e julgador oficial dos desfiles das escolas de samba.

Foi membro do júri internacional do "Prix Itália", enviado pela Rede Globo, em 1982 (Veneza).

Sócio benemérito das escolas de samba Mangueira, Portela, Império Serrano, Salgueiro e União da Ilha e foi fundador e presidente do Conselho Consultivo de Pesquisadores da LIESA (Liga Independente das Escolas de Samba) em 1994.

Publicou diversos livros sobre vários assuntos, entre eles: "O canto da Bahia" (monografia/1973); "De Chiquinha Gonzaga a Paulinho da Viola" (1976); "Da necessidade do fazer popular" (1978); "Índia, um roteiro bem e mal humorado", Editora Mauad (1996); "MPB - A história de um século", edição trilingüe MEC/Funarte (1997), lançado na Academia Brasileira de Letras, tendo como conteúdo a história de cem anos de MPB, contada por etapas de 20 em 20 anos e ilustrado com fotografias de gerações de músicos, cantores, conjuntos e demais criadores de música popular brasileira; "Um olhar sobre o Rio - crônicas indignadas e amorosas - anos 90", Editora Globo (1999); "MIS - Rastros de memórias", Editora Sextante (2000).

No ano de 2001 foi empossado Presidente do Conselho Empresarial de Cultura.

Recebeu a "Medalha de Honra da Inconfidência" do Governo de Minas Gerais.

Em 2003 participou da "XI Bienal Internacional do Livro". Em 2004 atuou como diretor da revista "Carioquice", editada pelo Instituto Cultural Cravo Albin em parceria com Insight Engenharia de Comunicação e Marketing. Escreveu regularmente para o Pasquim21.

Recebeu do Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva, no Dia do Diplomata, a "Comenda da Ordem do Rio Branco", em cerimônia no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Ao lado de Tárik de Souza, João Máximo, Luiz Paulo Horta e Leonel Kaz, participou da publicação "Ritos e Ritmos", acompanhada de dois CDs: "O melhor da MPB" e "O melhor da música clássica", pela Editora Aprazível. Participou da "XI Bienal Internacional do Livro" e da "1º Bienal do Livro de Nova Iguaçu". Foi eleito por unanimidade Presidente do Conselho Estadual de Cultura, integrado também por Júlio Diniz, Maria Eugênia Stein, Nélson Freitas, Nélida Pinõn, Antônio Olinto, Ivan Junqueira e Carlos Heitor Cony, além de reitores, como os da UFRJ e UERJ.

Em 2005 a Escola de Samba Paraíso do Tuiuti desfilou com o enredo "Cravo de Ouro - eu também sou da lira e não quero negar" em sua homenagem.

Musicólogo preferencial escreveu artigos e críticas para jornais e revistas sobre a cidade do Rio de Janeiro e a cultura, principalmente música e cinema.

Entre 1965 e 1971, foi o estruturador e o primeiro diretor do Museu da Imagem e do Som, cuja história está testemunhada no livro "MIS - Rastros de Memórias".

Em 1967, recebeu o "Prêmio Nacional do Livro", conferido pela Associação Brasileira do Livro. A partir desse ano, produziu pessoalmente vários discos para o MIS, destacando-se: "Elizeth, Zimbo Trio e Jacob do Bandolim (ao vivo - volumes I e II)"; "Carnavália - Eneida, Marlene, Blecaute e Nuno Poland (ao vivo - volumes I e II)"; "Luperce Miranda, Maria Lúcia Godoy (Poemas de Manuel Bandeira e o Canto da Amazônia)"; "O Mundo de Pelé", "O fino da música no cinema brasileiro". No ano seguinte, foi agraciado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro com o "Troféu Estácio de Sá", e recebeu o diploma de "Cidadão Honorário da Guanabara", conferido pela Assembléia Legislativa do Estado da Guanabara. Ainda neste ano de 1968, fundou a Escola Brasileira de Música Popular no MIS, nomeando para dirigí-la o Maestro Guerra Peixe e, juntamente a Antonio Barroso, produziu para o MIS o primeiro disco dos sambas-enredos de escolas de samba, "As escolas cantam seus sambas de 1968 para a posteridade". Ocupou a presidência da Embrafilme e do INC - Instituto Nacional de Cinema (1970-1971), e criou vários prêmios culturais, como o "Golfinho de Ouro", "Estácio de Sá" e "Coruja de Ouro". Também foi, por dez anos, professor de cursos sobre História da MPB em universidades de todo o país. Recebeu o grau de "Comendador e Cavaleiro da Ordem de Letras e Artes" pelo Ministério da Cultura da França, em 1985.

Atuou como crítico de MPB no Jornal "O Dia", no qual manteve uma coluna semanal. Trabalhou como articulista do jornal "O Globo" e comentarista da Rede Globo para diversos carnavais, além de participar como jurado em vários desfiles, inclusive na inauguração do Sambódromo em 1984.

Autor de vários especiais sobre MPB para a TV Globo entre 1975 e 1990.

Em 1988, produziu o disco duplo "Há sempre um nome de mulher", com o qual ganhou o Disco de Ouro por 600 mil cópias vendidas somente nas agências do Banco do Brasil. A renda do disco foi revertida para a Campanha do Aleitamento Materno.

A Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro conferiu-lhe em 1992 a Medalha Tiradentes e, dois anos depois, o título de "Cidadão Benemérito do Estado do Rio de Janeiro".

No ano de 1995, conferido pelo Ministério da Cultura da França, recebeu o grau "Oficial de Cavaleiro da Ordem de Letras e Artes".

Em 1998, foi eleito membro titular do Pen Clube do Brasil. No ano seguinte, por ocasião de 25 anos de contínuos trabalhos na Rádio MEC, recebeu da Funtevê a "Medalha de Honra Prof. Roquette Pinto".

No ano 2000, juntamente com Antônio Pitanga, dirigiu o show "Concerto Negro", com Martinho da Vila, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. No mesmo ano, integrou o grupo Cantores do Chuveiro, para o qual fez a direção geral e o roteiro do show "Um banho de MPB", apresentando-se como narrador do espetáculo.

Em 30 de novembro de 2000, foi apresentada no teatro Municipal do Rio de Janeiro a Sinfonia do Rio de Janeiro de São Sebastião, com músicas de Francis Hime, letras de Paulo César Pinheiro e Geraldo Carneiro e libreto de sua autoria. Neste mesmo ano, completou 28 anos como produtor de programas culturais e MPB na Rádio MEC.

Em 2001, produziu a coletânea "As cem melhores do século e as 14 mais", caixa lançada pela gravadora EMI Music com seis CDs com as mais significativas composições do século 20. Neste mesmo ano, escreveu os espetáculos "Estão Voltando as Flores", com As Cantoras do Rádio - show aclamado pela crítica e pelo público, exikbido por meses a fio mop Teatro de Arena, em Copacabana. Neste mesmo ano de 2001, foi o autor também do "Poema Sinfônico para a Amazônia", montado em Manaus, com músicas de João Donato e Everardo de Castro. Ainda em 2001, fundou o Instituto Cultural Cravo Albin (ICCA), doando para ele todos os seus bens e coleções, quando também lançou o site Dicionário Cravo Albin da MPB, em solenidade no prédio da Biblioteca Nacional, fruto de trabalho iniciado em 1995, na PUC- Rio, através de seu Departamento de Letras. Neste mesmo ano, assumiu a presidência do Conselho Empresarial de Cultura da Associação Comercial do Rio de Janeiro e foi agraciado com Medalha da Inconfidência pelo Governo do Estado de Minas Gerais e Medalha do Mérito Pedro Ernesto - Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

No ano de 2002 participou do livro "Brasiliana - Guia das Fontes do Brasil" editado pela Biblioteca Nacional, livro organizado por Paulo Roberto Pereira, que incluiu, entre outros escritores, Fred Góes, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Vasco Mariz, Alexei Bueno, Beatriz Jaguaribe e Max Justo Guedes. Também neste mesmo ano, participou do livro "Itamaraty" (coordenado por Alberto da Costa e Silva) editado pelo Ministério das Relações Exteriores, com o ensaio "Vinicius de Moraes na MPB". Em 13 de março deste ano recebeu da Universidade Constantin Brâncusi, da Romênia, o título de "Doutor Honoris Causa". Na ocasião, inaugurou o Museu da Imagem e do Som da Romênia. Em abril, no teatro Casa Grande, no Leblon, lançou o livro "Driblando a censura - De como o cutelo vil incidiu na cultura" pela Editora Gryphus. Ainda em 2002, ao lado de Fausto Fawcett, Ruy Pereira, Muniz Sodré, Carlos Lessa, Perfeito Fortuna, Itamar Silva e Paulo Saad, participou do debate "Olhares Carioca Sobre o Rio de Janeiro - Rio 40 Graus, Beleza e Caos", promovido pelo ICCA (Instituto Cultural Cravo Albin). O debate foi registrado em multimídia: livro, fita de vídeo e CD-rom, com lançamento no Museu da República. Em agosto de 2002 fez a direção e o roteiro do show "As Cantoras do Rádio - Estão Voltando as Flores" (Carmélia Alves, Ellen de Lima, Violeta Cavalcante e Carminha Mascarenhas) no Teatro Rival BR, no Rio de Janeiro, show que percorreu vários teatros do país e já lançado em CD. Participou, ainda neste ano, como jurado do Prêmio Shell.

Em 2003, pela Ediouro Publicações S. A, lançou o livro "O Livro de Ouro da MPB". A primeira noite de autógrafos ocorreu na "Bienal do Livro do Rio de Janeiro", quando na ocasião, fez uma palestra sobre a MPB. Ainda em 2003 encenou, dirigiu e apresentou o show "Ninguém me ama - Tributo a Nora Ney e Jorge Goulart", apresentado no Teatro Ipanema, com Carmélia Alves, Ellen de Lima, Carminha Mascarenhas e Violeta Cavalcante, apresentando-se em cena o cantor homenageado Jorge Goulart.

No ano de 2004 apresentou o projeto "MPB ao meio-dia em ponto" no Teatro João Theotônio, no qual recebeu como convidados para o talk-show Martinho da Vila, Lenine, Elza Soares, Emílio Santiago, Zélia Duncan e Nana Caymmi. Produziu a revista-livro "Textos do Brasil" (editada em três línguas: português, inglês e espanhol) promovida pelo Ministério das Relações Exteriores, na qual também foi encartado um CD com 20 clássicos da MPB. A edição de 20 mil exemplares contou com distribuição gratuita em todas as embaixadas e consulados gerais do Brasil no exterior. Por conta de lançamento de "Textos do Brasil", ainda em 2004, ministrou palestras na Universidade de Salamanca, em Barcelona, na Casa de América, em Madrid, e em Buxelas, na Bélgica. Montou, roteirizou e atuou como apresentador do musical "Tra-la-lá e as Cantoras do Rádio", com Carmélia Ellen de Lima, Márcio Gomes e Carminha Mascarenhas, apresentado no Bar do Tom e no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. Durante o mês de novembro de 2004, nas comemorações dos seus 30 anos de serviços prestados à Rádio MEC, foram feitos na emissora vários programas em sua homenagem, "Especial RCA" apresentado em duas partes e ainda "Ao vivo entre amigos", programa no qual recebeu diversos convidados com os quais trabalhou nos 30 anos de carreira na emissora.

No ano de 2005 apresentou em Paris a "Sinfonia do Rio de Janeiro de São Sebastião", tendo Chico César substituído Lenine. Lançou o projeto "MPBE" (Música Popular Brasileira nas Escolas), com um disco contendo 20 clássicos da MPB e ainda cartazes e um libreto explicativo sobre os gêneros através dos anos; lançou o livro "Tons e sons do Rio de Janeiro de São Sebastião", no qual também foi encartado o libreto e o disco da "Sinfonia do Rio de Janeiro de São Sebastião".

Gratos, Ricardo!
Saúde!

Aqui brindamos com... música.





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