sábado, 26 de noviembre de 2011

Música no Bulevar da Liberdade


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Acabadas todas as tarefas do dia, três e picos da matina (acho que onze e pouco da noite no Brasil), pelo janelão deste décimo andar vemos a madrugada avançar, cinzenta, no Bulevar da Liberdade, no centro de Bujumbura (é o máximo que posso lhe dizer, Mr. F. Febraban, logo não estarei mais aqui). O angolano Miquirina Segundo sentado no parapeito da sacada, pernas para fora, fumando. Advirto: caia, negro, que não sobra nada. Ele ri. Os festejos dos bares abaixo se transformaram em murmúrios. Indo para casa sozinhos, naquela de não peguei ninguém, alguns bêbedos descornados soltam imprecações feias, francês enrolado de negritude kirundi, mas aos poucos a noite se acalma. Desce a paz.

Miquirina Segundo se equlibra bem, já postamos foto dele aqui.
Carlito Dulcemano Yanés está no Bairro Asiático, (nada a ver com a foto, que mostra os negros  albinos perseguidos aqui, pela não-cor, um dia a bruxa te pega, Bolsonaro, da pior maneira, um neto gay e a morte) tomando umas e outras e assistindo a um espetáculo de danças tradicionais de um grupo de mulheres da Líbia. Ontem estive lá, então sei que, de dentro do chapéu que lhe cobre metade dos olhos castanhos, Carlos está inclinado a ceder aos olhares de uma libiana de olhos azuis do deserto. Linda de morrer, a dançarina, e parece mulher séria. Mulher de 30. Já o nome nos agradou: Aisha. Se tudo correr bem, amanhã comerá churrasco gaúcho feito no caminho que nos levará ao Congo.


Carlito anda meio nervoso, mas não me preocupa, não saiu sozinho. Alguém aí do outro lado já viu Carlito Dulcemano "meio nervoso"? Não queiram.

A melhor parte: Betsabé neste momento voa para o Burundi, quer discutir a relação. Para Carlos não há mais relação, muito menos o que discutir. Por uma "questã" de educação vamos recebê-la daqui a pouco, na ausência de Carlito, que pela manhã se desloca para Gatumba, com Kafil e mais dez homens. Se ele souber que a tigresa está vindo periga matar por lá até os que não devem (tem um político que não deve, em cinquenta, parece até um país que conheço, lá a um por mil). Periga não, modo de dizer, pois Carlito põe o corpo para proteger os bons.

O diabo é que a gente não consegue consertar tudo, isso dói, machuca, tira o sono de Carlito. Eu superei, mais ou menos. Deveríamos estar na Praça Tahrir, no Cairo, mas com mil homens. Não dá, os tentáculos do monstro estão em todos os lugares. Vamos por partes, como dizia Jack. Um dia chegaremos nos repressores da Praça. Vamos pegá-los em casa, em festa de aniversário. Um por um.

Betsabé perdeu Carlito, não se trata de só uma briga. Salito também não quer mais Frida Von Allerborn, não fará muita diferença de 26 passar a ter 25 mulheres. No Congo emplacaremos 30 (Égua!, como diria Newton Silva). Ainda bem que a palafita de Porto Alegre é grande.

Por trás da chacina ocorrida recentemente em Gatumba está Mr. F. Febraban, o monstruoso ser de muitos tentáculos, assas... Abre parêntese:

(some aí, Bet, os banqueiros e seus parceiros, políticos e traficantes de armas, traficantes de tudo o que é ruim, e pergunte ao Fernando Henrique, que se achava lindo com aquele carão, porque vendeu o Brasil. Se estiver na hora da morte, onde não se pode mentir, dirá que foi o F. Febraban. Votou nesse cara? Eu votei no Lulla, o menor dos erros, não tinha para onde correr, votei noutro deslumbrado. Estava junto, elle, ao José Dirceu quando trouxeram para o seu lado o velho empresário mineiro, aquele...).

... assassino de crianças, pela fome, doenças ou pelas horrorosas classes armadas. Pois amanhã os chefetes do Febraban vão cair, cairão os seus tentáculos daquele local, cortados rente, à facão. Aos rebeldes nativos deixaremos o prazer final, em praça pública. Antes das execuções estaremos viajando para o Congo, não gosto de ver como gritam de pavor os bandidos covardes.

Um carro passa embaixo, com alto som, um bolero da terra que se perde com a velocidade. Miquirina dorme no sofá, tadinho, de chapéu e casaco, com as duas armas sob as axilas. Em janeiro, ou março, vai tirar férias.

Eu viajo...

Para Carlito, meu mano louco: eu deveria repetir o bolero La Mentira, que escancara a simplicidade das moças, a traição pela burrice (ai eu era muito nova) e tudo o mais, uma vez flamengo, inter até morrer, as pobres defesas do bicho muito aquém da Sinceridad.  Pero como sei que talvez ainda a tua vida mude com a Betsabé (afinal ela viaja meio planeta para discutir), vai  Brigas (Evaldo Gouveia/Jair Amorim).

Com ele. Altemar.

Besos, mano meu.

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