martes, 1 de noviembre de 2011

Madrugada estranha, vento pelas costas

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Oi, amigo, ou... oi amiga, que vai passando. O que te traz aqui? Se perdeu ou perdeu o sono?

Benvinda. Benvindo.

Interrompo divagações sem aparente sentido, ainda bem que não devo explicações a ninguém, porque tocou um telefone. Em seguida o outro, este poucos sabem o número. Duas e vinte da manhã.

No primeiro, um aviso de morte, então tá. No segundo, Betsabé fazendo duas perguntas: por que ainda fumo e qual o endereço atual de Carlito Dulcemano Yanés. Não sei ambos, respondo.

Dentro de alguns minutos vou me deslocar até o Crematório de Porto Alegre. O irmão mais velho do Ivoran partiu. O Ivar, um grande cara. Certa vez um companheiro de vida, meio enfoguetado como todos nós estávamos, se desequilibrou ao levantar da mesa do bar e se apoiou com a mão dentro do seu jantar, que o garçom recém havia trazido.

Um gesto simples, mas dá uma idéia da grandeza do cara: quando todos fizeram Oh!, como quem diz que azarão, o Ivar ajeitou o prato e seguiu jantando, sem perder o fio da conversa.

Venta muito forte aqui no morro, parece dia ruim de outono, pelas costas, já imagino o silêncio e a bruma da rua, invernou de repente.

Vou lá, deixo um som do Luiz Bonfá, para os muitos que gostaram do grave da Nora.
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