sábado, 1 de octubre de 2011

Ivanchuk! Além Fronteiras, além Pensamentos vãos

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E o maluco do ucraniano Vassily Mykhaylovych  Ivanchuk (Berejiany, Uk, 18/3/1969), atualmente sétimo do ranking mundial, saltou à frente no monumental torneio de Bilbao (Espanha), desta vez com a primeira metade realizada em São Paulo, no Ibirapuera, sob o silêncio das redes exploradoras de analfabetos, sempre ansiosas em evitar que eles tomem conhecimento, vai que se apaixonem.

Anteontem, conduzindo as negras, bateu ao luminoso campeão mundial Vishy Anand. Antes já havia dobrado a jóia espanhola, Paco Vallejo.

Pois hoje-ontem, sexta-feira de uma semana histórica, novamente de negras, venceu ao armênio Levon Aronian (veja tabuleiro ao lado), candidato a suceder o campeão mundial. E cravou DEZ pontos em Bilbao, feito jamais visto, pela diferença, na quarta ronda, com três vitórias e um empate, desde antes de ser Grand Slam.  É seguido por Anand e Aronian, com cinco. (Vitória vale 3 pontos; empate, 1)

A vida em neutrinos, correndo célere...

Neste sábado enfrentará, levando as brancas para a guerra, ao primeiro do ranking mundial, o menino Magnus Carlsen, avis rara, o Mozart do ajedrez, que não vem bem no torneio. A alusão a Mozart é justa, por tudo, de fato o jovem norueguês é gênio da espécie, exceto, ainda, por enquanto (é muito moço), pela doidice alegre-brava. Essa os deuses rindo consagraram a Ivanchuk.

Muitos que se dizem entendidos falam que Ivanchuk só não foi (o tempo do verbo tem suas razões, para não falar das arengas de gente ruim que o afastaram: Ivanchuk tem 42 anos, isso é muito para os poucos anos de Magnus, Aronian e mais uns 100)... só não foi campeão mundial devido aos seus nervos, isto é, porque é um ser humano que tem emoções. É o que dizem, na fuga do conteúdo. Não sei.

Ora, o cara que mais venceu o outro, maior,  grande torneio espanhol, Linares, iria se perder pelos nervos. Custo a crer. Aqui dentro penso que ele somente não dá tanto valor a títulos. Joga para viver, seu coração não tem o veneno da ambição desmedida, é amoroso com todos, sem essa de para os amigos tudo e para os "outros" a porca lei.

Temperamento dispersivo, se concentra quando quer.  Não há um campeão do mundo do seu tempo que não tenha caído diante da sua cuca volátil. Vence as batalhas terríveis, quando quer, e de repente perde as "fáceis". Não estava a fim? Vá se saber. Se bebe? Não importa. Importa que (assim nos parece...) é que pensem o que lhes der na telha, que justifiquem a amarga existência culpando a quem quiserem. E que levem, levem, todos os dinheiros. Como diria Antonio Maria, um menino grande.

Não seria a primeira vez que o homem mais atormentado é o homem mais sincero, mais feliz, algo muito distante do que ensinam pelos lixos de televisões e livros de auto-ajuda picaretas, em universidades de caquéticos franceses, como faz Juremil-mil-mil Universal, para não falar de congressos (eta palavrinha esta) de babacas.



Não sei quem teve a idéia de trazer Ivanchuk para abrilhantar a última Festa da Uva, em Caxias do Sul - RS - (na foto com Fernanda Rodrigues, mineira, 14 anos, supercampeã de xadrez, uma dentre tantos mocinhos e mocinhas que vieram de todo o Brasil e exterior próximo, para vê-lo). Seja quem for essa alma boa, está  de parabéns. Inolvidable, as meninadinhas olham as fotos que tiraram ao lado do Grande Mestre e sonham. Jamais esquecerão da sua simplicidade, espontânea, nada de representar um papel em teatro viciado. Simplicidade de Rei de verdade, carinho conquistado sem propaganda.

Outro dia (antes de Caxias do Sul 2010) emputeceu e disse que iria largar tudo, se enfiar em algum covil e viver só namorando. A turma do deixa disso correu a dissuadi-lo da idéia, entre eles Anand, Carlsen, Topalov... muitos, quase todos, alguns com telefonemas vindos do outro lado do mundo. Por uma razão, além do natural apreço de poucos: é uma referência de dignidade. O circuito mundial jamais seria o mesmo, para os que tiveram a oportunidade de conviver com ele.

Recentemente o "Fronteiras do Pensamento", movimento importante pelo número de trouxas com doutorados (podem rir, mas não olhem os professores ou a banca, dá vontade de morrer),  trouxe Kasparov (Garry Kimovich Weinstein, Baku, Azerbaijão, 13/4/63) ao Brasil. Hoje novaiorquino. O vi em São Paulo e em Porto Alegre. Muito bom. Uma lenda viva, dá de milhão a zero no conjunto que se apresentou na festinha dos tolos, incluindo nestes, principalmente, os "famosos" que o trouxeram. Afinal, o quociente de inteligência do Kaspa é muito maior do que o do Einstein, segundo medidas de gente que inventou o McGraxas.

O que Kasparov tinha em comum com os convidantes? Mente para si mesmo. Hipócrita.
E o que de diferente? Predador? Não. 

É predador, nessa hora muito pior que esses ladrões de galinhas, e muito melhor. Kasparov ainda tem sombra de amor, estes que o trouxeram não sabem o que é isso.

Solução: As ovelhas predadoras amam predadores inteligentes, enquanto obedecem. Está aí o macumbeiro JR Soares como prova viva, mas neste caso o público é outro.

Mas não. 

Lá não tinha ovelha, era pior. Raposas querendo se passar por ovelhas. Kasparov percebeu num átimo, fingiu que não viu (é excelente ator, o qi haveria de servir para isso também), fez os arranjos políticos e caiu fora. Creio que não preciso definir arranjos políticos.

Em sampa e em poa dava gosto ver os aplausos ao tigre devorador, o espécime do espaço. Se não fosse pela sujeira no blog, eu publicaria aqui as fotos. A que me causou mais espanto foi do RS (seria problema pessoal?), a do pigmeu Vilaverde. Do Juremil... deixa ele, colando historiadores antigos, rezando para a Universal.

Fronteiras do Pensamento de quem, cara-pálida? Dos boçais de São Paulo, ou dos otários de Porto Alegre? Trazendo computadores vivos como o Kaspa, ou atores como o pai-de-santo Malafaia com palavras escolhidas para gentes que fez "pós"?, gente que ama o "puder", a qualquer preço?

Fronteiras com disfarce ao misturar um ou dois que presta e que por isso mesmo a mídia os ignora? Isso, aqui na palafita, soa a impotência.

Em Palmeira das Missões não tem ninguém famoso além de suas fronteiras, salvo o grande Sérgio Jockymann da Vila Velha, e lá a gurizada da Vila Nova homenageia Onan diariamente, com ardor, dá um alívio..., se os trilhões de leitores me permitem o absurdo. Ah, se um menino como o Ivanchuk fosse a Palmeira quando eu era criança, não teriam me expulsado, ele me ajudaria, sorrindo, e ao meu amigo Doracílio.


Por alguma razão, neste momento recordo generais da ditadura, depois a quadrilha do Lula e do subchefete José Dirceu. Conseguiram a fama.

As alusões pepsicológicas são de João da Noite, que morou 10 anos em cabaré e viu tudo, e compreende - até ali - essa gente e suas necessidades básicas.

Epa, por alguma razão sem querer misturei o GM Vassily Ivanchuk a conversas paralelas. Perdão. (Ivanchuk só vai ler isto no dia 20 de outubro, agora está relaxando, a coisa é muito séria)

Tintim, Ivan, hoje os boêmios bebem vodka, por conta do nosso Sultan Khan uruguaio, que me surpreendeu e a todos aqui ao me imitar sem sotaque: "Ivanchuk é dos nossos!".

Se te der na telha, pode perder todas e tudo. Aqui na palafita nada mudará.

Salito.

Y así pasan...






NE: Claro que Ivanchuk é amigo do blog, pudera. Já publicamos entrevista duvidosa e um e-mail meio falso.




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