domingo, 15 de mayo de 2011

Para ninar gente grande

.
À procura de Carlito Dulcemano Yanés, que andava incendiando algumas fortunas mal havidas, mas se expondo demais, de peito aberto, o otário, passei por Récife e Salvador.

No trajeto, li no jornal que a Dilma começou o discurso, num evento promovido pelos múmios torturadores do povo, com um: "Meu caro amigo Abílio Diniz". Vomitei de supetão,   quase morri engasgado. Aprendeu a falar, a moça, para elogiar e chamar de amigo a quem sustenta o sistema que a torturou. Mas pedi um uísque em seguida, e pensei em outra coisa, uma coisa mais ruim, no seu ministro Paloti Boquinha de Chupar..., ahm, Banana, ricaço por ser "consultor" de..., orientador de delúbios,  e passou o mal-estar, por enquanto. Gostaria que esse cara sumisse do mapa, mas que antes a Dilma explicasse. Bem, depois de convidar o Gerdau para ministro, é melhor vomitar mesmo, não tem como explicar nada. Mais um uísque. Nublou aqui em Santa Catarina, o mar ruge em agonia, oceano em impotente fúria.

Lá em Récife cheguei na praia de Boa Viagem cinco minutos antes dos mercenários de Mr. F. Febraban, no seu rastro só havia o batedor dos assassinos, esperando os outros. O covarde, sozinho não foi doido de encarar Carlito. 

Carlito com uma arma branca bate cinco deles, os bem treinados, e eles sabem disso, vinham de vinte.

O que fede à antiguidade a praia de Boa Viagem, cheiro de ratos antigos, sobe dos subterrâneos, eu não conseguia respirar, fedor de feitores, de reizinhos de plantações asquerosas, que acumulam mortes de negros na consciência que não têm. Odor tão ruim só Miami tem. Para quem tem nariz.

Enquanto Kafil aquietava o bandido que seguia Carlos, catei o nosso bobo e o trouxe são e salvo para o covil. De jatinho. Ufa, por um triz. Aos empurrões, olhando sério, o fiz jurar que da próxima vez vai nos avisar com uma semana de antecedência, iremos todos, ou quase todos, organizados. Vamos esperar calmamente a chegada dos escravos dos banqueiros, pelo outro lado, chega de fugir.

Entretanto, mesmo em maus momentos, é impossível passar por Pernambuco e não lembrar de um dos maiores artistas do Brasil. Viajei de volta com ele na cabeça, olhando o rosto infantil de Carlito Dulcemano Yanés, nos contando com brilho nos olhos o que fez com certas agências de agiotagem e certos hotéis de lavagem.

Brotou em Caruaru, em 12 de outubro de 1928. Luiz Rattes Vieira Filho, um eterno menino de amor.
Para Carlito, para Pedro Miguel de São Sepé, para a meninada carinhosa de Bagé, para a primita Glau Salazar, e para João da Noite, por especiais razões. Para todos os amigos (34 mil!) neste domingo de paz.




3 comentarios:

  1. Este modesto filósofo de buteco agradece, comovido. O Luiz Veira não existe. Ferro neles, Sala. Mas prefiro correio eletrônico, isto aqui é muito duro.

    ResponderBorrar
  2. Parabens, Don Salito, eu não merecia tanto.

    ResponderBorrar
  3. Caro Anônimo (parece Schumacher): você merece, sim. E muito.
    Abraços. Sala.

    ResponderBorrar