sábado, 16 de abril de 2011

Lalau e deslumbrado

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Dilminha:

Boa tarde. Há quanto tempo, menina, como está se sentindo aí, cercada de arrivistas? Nem me conte. Parece que muito bem.
Não creio que andes deslumbradinha com essas figuras. Conhece o tipo, né? Todo maneiroso, concordino, melífluo... só de imaginar me dá nojo, pelo insulto, por achar que enganam alguém. Nisto o bajulador é hipócrita também, ao cubo, por apagar da memória, por mentir a si mesmo que "chegou lá" pela sua lábia, fingindo não saber que é por lamber..., ahm, as botas de políticos com cérebro de piolho. Não, não creio. Você apenas gosta porque te tratam bem, porque você é muito boazinha. Então tá.

Mas basta de amenidades, vamos ao que interessa. A seu favor o fato de que a CEF sempre foi uma mãe carinhosa para certas pessoas, aqueles filhos da Dona Margô.

Lá embaixo, uma noticiazinha da Folha de hoje.
Desse camarada sei apenas que é um arquiteto, funcionário de carreira da CEF. Eu bem que gostaria de esmiuçar essa "carreira". Agora sei também que é mamador das nossas tetas e que não tem vergonha na cara, como todos os escroques que estão instalados em estatais com poltronas de nuvens, salas quilométricas, proxenetas pululando em seu redor, por chupar..., ahm, como era mesmo?, ah, botas de políticos com cérebro de inseto.

E mais não sei nem quero saber: mas quero hoje mesmo, na minha mesa, cópia de uma cartinha a esse cidadão, assinada pelo Manteiguinha, seu aspone, mais ou menos assim:

"Sr. Jorge Fontes Hereda
Brasília, DF - Em mãos

Pela presente, informamos que a partir deste exato momento não precisamos mais dos seus serviços.
Procure seus direitos na Justiça. Fora daqui.
Assinado: Manteiguinha, Ministro Mantenedor do Sistema"  

Eu nada tenho a ver com governos, madame, mas se recebesse oferta de ingressos no mole, como esses deslumbrados irresponsáveis - para dizer o menos - recebem, no mesmo instante ficaria me perguntando qual a parte do meu corpo que querem comer. No caso, trata-se de utilização do cargo, da função pública (da minha grana) em proveito próprio, isso tem nome no código penal.

Caso não demitas o elemento, passarei a te chamar de cúmplice de tudo o quanto é errado, e trazido à luz, sem providência alguma da sua parte. Por alguma razão me lembrei do inferninho da energia elétrica, Belo Monte, e... deixa para lá.

Minhas mulheres (tenho mais filhas do que tens de rugas... hummm, acho que exagerei um tantinho), como eu, detestam camarotes de palhaços sem vida, nosso samba ainda é na rua, como disse o poeta popular, mas mandam um recado à CEF e à sala Raí (e aí, tetéinho, vê se vai trabalhar), se lhes fosse ofertado igual mimo: "Podem enfiar, seus moleques, os ingressos naquele lugarzinho cativo".
Não são deslumbradas, as meninas,  primeiro porque sabem ser errado e não são filhas de lalau; depois, porque são conscientes de que tudo nesta vida tem preço, sabe-se lá o que iriam querer em côbro.
Salito

Folha, por FERNANDA ODILLA e ANDREZA MATAIS 

Os dois filhos do presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, frequentam um camarote que o banco estatal patrocina no estádio do Morumbi.

Fotos disponibilizadas no site do camarote mostram Juliana e Rafael Hereda ao lado do pai e de amigos em shows do U2, Coldplay, Madonna e jogos do Corinthians.

Chamado de Sala Raí, o espaço recebeu da Caixa R$ 3,7 milhões nos últimos quatro anos. Segundo a instituição, o objetivo do investimento é promover "ações de relacionamento com seus clientes e empregados".

O camarote tem 64 lugares, dos quais 32 são reservados para convidados do banco. Os frequentadores podem assistir a shows e jogos de futebol com direito a serviço de bufê e traslado.

A Sala Raí foi projetada com 160 m pelo arquiteto Ruy Ohtake e é descrita como um "ambiente único com sofisticação e simplicidade".

A Caixa não informa a quem distribui convites. A assessoria da sala diz que os dados são sigilosos.

Desde 2007, o banco firmou cinco contratos de patrocínio com a Raí Produções e Participações, que administra a marca do ex-jogador, dono do camarote e garoto-propaganda do banco.

De 2008 a 2010, disse ter recebido 670 empregados e 2.722 clientes na Sala Raí.

OUTRO LADO

Rafael Hereda disse que, além de filho do presidente da Caixa, é cliente do banco. Questionado se sentia-se privilegiado por assistir a eventos com convites do banco, disse: "Me sinto, lógico".

Ele disse que vai aos shows e jogos "raramente", mas que não saberia explicar como funciona a distribuição dos ingressos pela CEF.

A Folha encontrou fotos dele em cinco eventos.

Procurada, Juliana não atendeu à reportagem.

A Caixa informou que, no show do U2, o presidente recebeu quatro ingressos como convidado da Raí Promoções. E que o banco distribuiu dois ingressos para cada "membro da presidência do banco, podendo os mesmos transferi-los para outras pessoas, familiares ou não".

Disse que não informaria quanto o ex-jogador recebeu como garoto-propaganda nem sobre a presença de familiares de Jorge Hereda.

A Sala Raí disse que a Caixa é um entre os patrocinadores e parceiros da sala.

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