jueves, 9 de diciembre de 2010

Wikileaks - O estupro da verdade


Nos últimos meses o mundo assiste, estupefato, o terrorismo sem disfarces do governo norte-americano, que abertamente vem caçando o principal dirigente do Wikileaks, Julian Assange (03/07/1971 - Towsville - Austrália).

Os trogloditas vão mais longe: do seu fétido mar de hipocrisia imposta à canhão, descaradamente insultam a inteligência dos outros. Quer dizer então que a acusação de assédio sexual a um dos nove membros do Conselho Consultivo do Wikileaks foi que fez com que empresas como a Mastercard e a Visa cortassem as transferências financeiras em favor do site? Pela mesma razão o banco suíço PortFinance encerrou a conta de Assange?

Nem seus filminhos enlatados e podres poderiam sustentar ficção tão barata: a mera acusação de passar a mão na bunda das tais suecas implicar em bloqueio de recursos, encerramento de conta bancária pessoal e imediato pedido de extradição. Nada a ver com a CIA? Como se o mundo não soubesse o risco de morte que o moço corre desde que iniciou a divulgação das barbaridades.

Depois da divulgação dos 90.000 documentos sobre o Afeganistão, em julho, Assange teve que se refugiar na Suécia, para que não tivesse seu site retirado do ar por ordem do Pentágono. E para não ter uma morte acidental, tipo se jogar drogado de um 30º andar.

Um mês depois, as duas senhorinhas o acusaram de estupro. Por falta de provas o caso foi arquivado. Sabe-se lá como, no final de setembro foi reaberto. Não tem precedentes a velocidade da notificação, código vermelho, da Interpol para a sua prisão. No dia 18 de novembro era um pedido comum, válido apenas para o território da Suécia, no dia 20 já estava convertido em mandado internacional.

O universo contempla o rosto de Darth Vader. Caiu a máscara do império em derrocada, não haverá truque cinematográfico que conserte o irremediável.

Surpreendidos pela exposição nua e crua da própria feiúra, agora não mais escondem que podem calar a quem quiserem e onde quiserem. Querem o estupro da verdade, forjando provas, matando se necessário. O site é continuamente atacado, mas nisso de ciberespaço o pessoal sabe se defender. E como calam um homem?

Aqui na palafita estivemos em vigília dias a fio, esperando a qualquer momento a notícia de um acidente de carro ou de uma explosão. Ou mesmo de assassinato puro e simples, não é difícil encontrar um doido a quem atribuir a culpa.

Pois este mesmo mundo que se quedou surpreso com os documentos revelados pelo Wikileaks, sobre os "métodos" dos sanguessugas do planeta, e em seguida com o despudorado revide, agora começa a dar sinais de reação.

A postura da Suécia no episódio o tempo tratará de colocar em pratos limpos. É hora mesmo de se esclarecer o papel dos escandinavos no xadrez mundial.

O Presidente Lula foi um dos primeiros, se não o primeiro, chefe de estado a se manifestar. Deixou bem claro o que pensa o Brasil sobre o escândalo: "O rapaz foi preso e não estou vendo nenhum protesto pela (violação da) liberdade de expressão. Não tem nada. O rapaz apenas colocou no site o que leu. O culpado não é quem divulgou, mas quem escreveu (os telegramas diplomáticos)". Poucas horas depois o russo Putin engrossou o coro, questionando: "Isso é democracia?".

O governo da Austrália ainda se mantém calado. Nesta semana o formidável intelectual estadunidense Avron Noam Chomsky (Filadélfia, 07/12/1928), conhecido por suas severas críticas à política externa do seu país (exatamente o que o Wikileaks desnudou), se uniu a um manifesto de jornalistas, advogados e escritores australianos para que a Primeira-Ministra da Austrália expresse apoio irrestrito a Assange, pelas "graves preocupações" com a sua segurança, dada a "retórica cada vez mais violenta" contra ele.
Esse apoio não virá: a senhora Primeira-Ministra sujou a bandeira de seu país, vendendo-se vergonhosamente aos Estados Unidos, a que preço ainda não sabemos, mas o tempo também tratará de jogar luzes. Somente a pressão do povo australiano fará a megera retroceder. 

Hoje se iniciou a coleta de assinaturas em protesto, seremos milhões, gentes de todos os confins do mundo erguendo a voz em repúdio, AQUI!

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