viernes, 6 de agosto de 2010

A revolução inconclusa

Apesar dos insistentes golpes reacionários, no curso dos últimos 80 anos, muitas das reivindicações daquele tempo foram satisfeitas, com Getulio, em 51; Juscelino, em 56; e Jango, em 61. Mas o retorno aos ideais de 30 foi impedido pelo golpe militar de 1964: o poder financeiro ainda prevalece sobre o capital produtivo e os trabalhadores rurais – como os cortadores de cana e os nômades contratados pelas grandes empresas do agronegócio – são tratados como semiescravos. Ainda estamos à espera da reforma agrária, que foi a base da sociedade industrial no mundo desenvolvido.
A Constituição de 1988 restaurou os princípios fundamentais de 30, mas os governos neoliberais, submissos à globalização da economia, mais uma vez interromperam o processo, mediante emendas constitucionais absurdas. Os estados, ofendidos, de fato, pelos interventores do governo militar, perderam, depois de 1995, com o governo tucano, o resto de sua autonomia política e administrativa, impedidos de ter seus bancos oficiais e suas empresas estatais. Dependentes dos recursos tributários federais, ficaram submetidos à força política de Brasília e ao poder econômico de São Paulo.
Para a Aliança Liberal não havia partidos, nem programas. Continuamos sem partidos, sem programas – e sem federação.

Essas palavras, que parecem ter saído agora dos lábios do seu Plínio Sampaio, é a parte final, hoje, de matéria do jornalista, escritor e pensador Mauro Santayana, publicada no JB.
Mas o circo continua, e não vai se incendiar.

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